José Magalhães, segundo classificado, um dos maiores produtores de Melão Casca de Carvalho, com uma propriedade de 1,8 hectares, residente em Nogueira, Lousada, e Luís Alexandre Magalhães, filho do primeiro, com o primeiro prémio, foram os vencedores da edição deste ano do concurso Melão Casca de Carvalho.
Luís Alexandre Magalhães, visivelmente emocionado, não escondeu estar agradado com o primeiro lugar, num concurso que contou com os melhores produtores de Melão Casca de Carvalho.
“O meu pai já obteve inúmeros primeiros e segundos lugares, mas este foi o meu primeiro prémio enquanto concorrente o que me deixa radiante e me faz querer continuar a investir o meu tempo na produção do Melão Casca de Carvalho, uma iguaria única, muita apreciada e que tem um elevado potencial gastronómico”, disse.
Ao Verdadeiro Olhar, Luís Alexandre Magalhães admitiu que foi seu pai que lhe transmitiu todos os conhecimentos acerca da produção do Melão Casca de Carvalho.
“Tudo o que sei devo-lhe a ele, desde as técnicas de produção, até à maturação completo do melão. Penso que o negócio da família está assegurado e um dia que o meu pai não possa continuar à frente do negócio, serei eu a dar continuidade a esta arte”, expressou.
“Concurso é um incentivo para continuar a produzir Melão Casca de Carvalho de qualidade”
José Magalhães mostrou-se, igualmente, agradado com o prémio obtido e pelo facto do seu filho ter ganho o concurso.
“Obviamente que estou feliz pelo meu filho, pelo primeiro lugar que obteve, porque além do prestígio que representa vencer um concurso como este, ser premiado por especialistas é um reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, uma distinção para a família e um incentivo para continuar a produzir Melão Casca de Carvalho de qualidade”, afirmou.
José Magalhães defendeu, também, o trabalho que a Confraria Melão Casca de Carvalho tem vindo a realizar em prol deste iguaria de característica agridoce, conferindo a este produto um lugar especial no cabaz de produtos da Região do Vale do Sousa.
“O Melão Casca de Carvalho é efectivamente um produto excepcional com características únicas, que se distingue de outros melões, nomeadamente o da zona de Barcelos e Vila Nova de Famalicão, que além do seu alto valor calórico tem um potencial gastronómico imenso”, afiançou.
Luís Paulo, Marco do Canaveses, terceiro classificado, assumiu que não estava à espera de subir ao pódio dos melhores produtores de melões.
“É um reconhecimento e para o ano quero voltar a participar para subir mais uns degraus neste concurso”, avançou.
Já José Rocha, grão-mestre da Confraria do Melão Casca de Carvalho e da Direcção Regional de Agricultura, enfatizou o elevado número de produtores que este ano se inscreveram.
“ A edição deste ano contou com 18 concorrentes, sendo um dos concursos com mais participantes dos últimos anos. Três dos melões foram, contudo, eliminados porque o júri chegou à conclusão que são da variedade de Barcelos. Todos os produtores são da variedade do Vale do Sousa. São estas as regras”, especificou, sustentando que quase todos tinham cores excelentes, embora só alguns apresentassem o picante, um ingrediente fundamental no Melão Casca de Carvalho.
“Os restaurantes da região deveriam ter obrigatoriamente nas suas ementas este produto”
José Rocha manifestou, também, que as alterações climatéricas que este Verão se fizeram sentir acabaram por interferir no ciclo de maturação do Melão Casca de Carvalho.
“Apesar de todos os constrangimentos em termos de clima, existem excelentes melões e este concurso foi um exemplo disso mesmo”, confessou, reconhecendo que o Melão Casca de Carvalho tem todas as condições para se afirmar definitivamente como um produto de excelência com condições para potenciar a economia local.
“O Melão Casca de Carvalho é um produto excelente para estar em todas as terras onde existe turismo rural. Os restaurantes da região deveriam ter obrigatoriamente na sua ementa este produto”, assegurou.