José Magalhães, um conhecido produtor de melão casca de carvalho, residente em Lousada, venceu, esta sexta-feira, o concurso Melão Casca de Carvalho, cuja edição deste ano contou com 14 concorrentes.
O segundo e o terceiro prémio foram para Paredes, com o segundo prémio a ser entregue a Manuel Moreira e o terceiro lugar a Vítor Manuel Correia, de Castelões de Cepeda.
Ao Verdadeiro Olhar, José Magalhães, que concorreu com três melões, tendo o melão vencedor sido inscrito com o nome da filha, assumiu que vencer o concurso é sempre motivo de satisfação e regozijo, um reconhecimento pelo trabalho que tem vindo a realizar na produção de novas técnicas e que têm permitido aprimorar a produção ano após ano.“Já venci vários prémios, mas é sempre uma honra ser premiado e um incentivo para continuar a produzir melões de qualidade”, expressou.
O vencedor que é, também, presidente da Associação de Produtores de Melão Casca de Carvalho e de Hortícolas do Vale do Sousa, destacou, também, o trabalho que a Câmara de Penafiel tem realizado no sentido de potenciar esta cultura.
Falando do melão casca de carvalho, José Magalhães assegurou que a preservação das práticas culturais e agrícolas, o aroma apimentado, a sua textura fazem desta iguaria um produto distintivo de todos os outros com potencial de comercialização e constituindo uma mais-valia económica para a região.
Manuel Moreira, vencedor do segundo prémio, mostrou-se igualmente satisfeito pela distinção.
“Todos os melões que estiveram a concurso eram de boa qualidade”, disse, salientando que o melão casca de carvalho tem de ser cortado maduro no pé, caso contrário não tem paladar.
Quanto à produção, Manuel Moreira assegurou que a produção do melão oscila de ano para ano, podendo oscilar entre os dois a três mil quilos.
“A produção deste ano é uma produção normal. Existem anos em que um pé dá dois melões, outros não dá nenhum e outros apenas um”, avançou.
José Rocha, da direcção Regional de Agricultura e grão-mestre da Confraria Melão Casca de Carvalho, destacou que a qualidade dos melões que estiveram a concurso foi melhor do que a do ano transacto.
“O concurso tem vindo a ganhar dimensão, já tivemos participantes de fora da região, mas os produtores da região têm vindo a aprimorar as suas técnicas, têm apresentado excelentes melões e isso dificulta a entrada de produtores de fora da região”, disse, explicando que existem três variedades de melão: o melão casca de carvalho de Barcelos, Soutelo e do Vale do Sousa.
O presidente da Confraria Melão Casca de Carvalho realçou, também, o facto da área de produção e o número de produtores estar a aumentar.
“O melão casca de Carvalho do Vale do Sousa é um melão de excelente qualidade, tem sido aprimorado, estudado por especialistas da Universidade de Trás-os-Montes e é o melhor, mais fibroso e menos doce. Esta cultura está cada vez mais enraizada na região, a área de produção tem aumento assim como o número de produtores. Por outro lado, os concursos, os festivais de melão e a promoção desta iguaria tem ajudado a potenciar o melão”, disse, salientando que o melão casca de carvalho é um produto distintivo que pode ajudar a projectar a região.
“O turismo tem sido uma alavanca para o PIB e para a economia. Não faz sentido apostar no turismo sem existirem excelentes produtos locais”, acrescentou.
José Rocha destacou que a edição deste ano contou com a presença de docentes da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que vão estar na II edição do Festival Melão Casca de Carvalho a apresentar novidades tais como cubos de melão casca de carvalho congelados a 80 graus que mantêm os aromas, aperitivos com vinho do Porto, doce de melão e outras variantes.
O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, referiu-se ao melão casca de carvalho como um produto com características únicas, muito apreciado e valorizado que pode ajudar a potenciar o território.