O primeiro-ministro visitou, hoje, duas fábricas que continuam a produzir e readaptaram a produção às necessidades do mercado para dar resposta à pandemia COVID-19.
Uma delas foi a Petratex, em Paços de Ferreira, uma empresa têxtil, de vestuário de moda e desporto, que adaptou a produção às necessidades do país e “redireccionou grande parte da sua actividade à produção de máscaras e equipamentos de protecção individual”, produzindo, em média, 100 mil máscaras por dia, informou o Governo.
António Costa elogiou a atitude desta empresa que passou de produzir roupa de luxo para um conjunto de equipamentos técnicos e máscaras laváveis para abastecer o mercado.
“Isto é importante porque se quisermos durante o mês de Maio, e temos de conseguir, proceder à abertura e desconfinamento, é fundamental que todos possamos ter acesso fácil, em qualquer loja ou supermercado, a máscaras de uso comunitário e a outro equipamento de protecção individual”, destacou o primeiro-ministro aos jornalistas, que louvou e agradeceu a atitude destas empresas. “É assim que conseguimos controlar o impacto social e económico desta crise”, afirmou.
“Estas 100 mil máscaras por dia que estão a começar a chegar ao mercado são fundamentais para uso comunitário, para uma pessoa poder sair de casa com conforto e em segurança, sem risco de contaminar os outros”, nos transportes públicos, no local de trabalho ou na escola.
António Costa lembrou que “de um dia para o outro, tudo mudou” com as fábricas a fechar e encomendas canceladas. “Temos de retomar de forma gradual e progressiva e em segurança. Temos de permitir à economia retomar a sua actividade, sem pôr em causa a segurança”, sustentou, salientando que nas empresas isso passa por assegurar desinfecção, material de protecção individual e linhas de montagem adaptadas para permitir o distanciamento. Por exemplo, na Continental Mabor, empresa em Vila Nova de Famalicão (Braga) que também visitou, há rotatividade de trabalhadores, com equipas alternadas a cada duas semanas.
O governante frisou a importância desta produção nacional que permite “não andar de porta em porta a ver onde há máscaras”.
“Temos tentado controlar a pandemia sem matar a economia”, voltou a afirmar António Costa, lembrando que foram criados vários apoios para manter as empresas, os empregos e os rendimentos das famílias. Sendo que agora serão também apoiadas nos “investimentos fundamentais para melhorar a protecção individual”.
O chefe do Governo alertou que o país não pode ficar parado à espera de uma vacina que poderá demorar um ano e meio e que sair do estado de emergência não significa voltar à normalidade.
“As informações que temos são que podemos, neste momento, descer um nível. Mas a normalidade só voltará a existir quando houver vacina, o que só acontecerá daqui a um ano ou ano e meio. Vamos ter de praticar normas de distanciamento durante muito tempo”, disse António Costa, sustentando que isso não implica um constante estado de emergência, mas implica aprender a “conviver com o vírus”.
“O fim do estado de emergência não significa o regresso à normalidade”, apontou, dizendo que a situação será avaliada de 15 em 15 dias.
“Se as coisas começarem a correr mal, temos de dar um passo atrás. Se tivermos de dar um passo atrás, daremos. Para manter a segurança”, garantiu.
Segundo o primeiro-ministro, há três pontos para “manter o grau de confiança elevado”: a “abundância no mercado equipamentos de protecção individual para todos”, a adopção de normas de higienização de locais de trabalho, transportes públicos e restaurantes e a garantia de resposta do Serviço Nacional de Saúde.