O presidente da Câmara de Penafiel, Antonino de Sousa, diz duvidar das boas intenções do Governo quanto à construção do IC35. Em causa o anúncio da Infra-estruturas de Portugal sobre o lançamento do concurso para estudo prévio do IC35 entre Rans e Entre-os-Rios, um troço de 12 quilómetros.
Em declarações ao Verdadeiro Olhar, o autarca penafidelense recorda que se o Governo, liderado por António Costa, tivesse boas intenções em avançar com o primeiro lanço do IC35, entre Penafiel e Rans, teria aprovado há dois anos os procedimentos do concurso.
“A Câmara Municipal tem dificuldades em acreditar nas boas intenções deste anúncio. Se o Governo de Portugal estivesse realmente interessado em resolver esta situação, teria aprovado, há dois anos, os procedimentos do concurso lançado pelo anterior Governo para a construção do primeiro lanço do IC35, entre Penafiel e Rans, processo que o actual Governo recebeu em condições para ser adjudicado e que nesta fase já poderia estar em execução”, afirmou.
De acordo com a Infra-estruturas de Portugal, o preço-base do concurso para o estudo prévio é de 375 mil euros e o prazo de 240 dias. A empresa defende que esta é uma via fundamental para a região, sobretudo para os concelhos de Penafiel, Marco de Canaveses e Castelo de Paiva, no sentido de minimizar os impactos negativos existentes na EN 106 e facilitar as condições de segurança e circulação.
Refira-se que o anterior Governo, liderado por Pedro Passos Coelho, lançou o concurso para o primeiro troço do IC35, entre Penafiel e Rans, mas com a entrada de António Costa o concurso foi suspenso. Antonino de Sousa chegou a solicitar ao Presidente da República, em Castelo de Paiva, para que este interferisse junto do Governo PS no sentido de avançar com a construção desta importante infra-estrutura, reivindicada há vários anos pelas populações e autarcas dos três concelhos.
O IC35 é encarado como uma via determinante para superar atrasos estruturais e potenciar o desenvolvimento da região. Pretende ser uma alternativa à EN 106, uma das vias mais problemáticas, com problemas de circulação e segurança, sendo, também, uma das que tem maiores índices de sinistralidade no país.