As reclamações e denúncias somam-se nas redes sociais. Há habitantes em Gandra, Paredes, que dizem estar sem água há vários dias, outros queixam-se de falta de pressão e falhas constantes que impedem de ter água para as coisas mais básicas, como beber, cozinhar, tomar banho ou lavar roupa.
A Junta de Freguesia de Gandra, que gere as águas na localidade, informou, no passado dia 11, que “no seguimento de limitações no sistema de captação de água provocadas pelas condições meteorológicas, o abastecimento público deste bem ao domicílio poderá sofrer constrangimentos”. “A Junta de Freguesia de Gandra encontra-se a aplicar todos os esforços para que este problema seja sanado o mais rápido possível. Pedimos desculpa por qualquer transtorno e apelamos à vossa melhor compreensão”, dizia a mensagem publicada no site e redes sociais da autarquia local.
Mas, passados alguns dias, muitos garantem que a situação persiste e mostram-se revoltados. “Em pleno século XXI sem água há três dias. Nem na mais isolada aldeia do país isto deve ter acontecido alguma vez”, lê-se num dos comentários feitos desde sábado. “Inadmissível não haver água com crianças pequenas em casa”, é outra das queixas. Há críticas há “pouca vergonha” e denúncias sobre falta de água em algumas horas do dia e falta de pressão. A zona de Vilarinho de Cima será uma das mais afectadas e há moradores que afirmavam estar ainda sem água.
Contactado, José Mota, presidente da Junta de Freguesia, lamenta a situação e reconhece que estão a tentar resolver o problema ao longo dos últimos dias.
“Entre sexta-feira e sábado houve uma forte trovoada que deitou abaixo a parte eléctrica da rede. Durante algumas horas não foi bombeada água, o que fez com que os níveis do depósito principal baixassem muito”, explica o autarca. Essa avaria foi entretanto resolvida, mas a isso somaram-se outros problemas. Com os dias de calor que se vivem, a população tem consumido mais água, muitas vezes para questões acessórias, não ligadas às necessidades básicas do dia-a-dia. A Junta de Freguesia também andou a detectar fugas e encontrou várias, entre elas uma de grande dimensão, na zona de Vilarinho de Cima. Só essa, nas últimas duas a três semanas levou à perda de cerca de um milhão de litros de água, refere José Mota. “O nível do depósito baixou de tal forma que as pessoas dali ficaram sem água”, reconhece, sobretudo porque sendo uma zona mais alta é das mais afectadas pela falta de pressão existente.
Nos primeiros dias, os Bombeiros de Baltar ajudaram a abastecer a população com 15 autotanques.
“Não há ninguém que esteja totalmente sem água desde sábado, pelo menos que eu tenha conhecimento”, assegura José Mota. “Ainda existem constrangimentos, mais ao final da tarde e princípio da noite, sobretudo nos sítios mais altos”, reconhece o presidente da Junta de Gandra.
O autarca espera ter a situação mais ou menos regularizada até ao fim-de-semana. “Temos uma equipa dia e noite a verificar a situação. Estamos a tentar recuperar os níveis de água nos tanques até ao fim-de-semana”, atesta.