Nenhum político faz tudo bem ou tudo mal. Por isso, quando chega a altura de avaliar e ver para que lado pende a balança, é-nos sempre difícil apontar aqueles que tiveram uma acção sobretudo mais positiva e com mais impactos na vida das suas populações.

Mas parece-nos que a nossa primeira escolha deste ano poderá ser unânime. Poderíamos entregar o galardão de político do ano a Pedro Machado, presidente da Câmara de Lousada, por estar por detrás da estratégia ambiental do município, mas entendemos ser mais justo eleger Manuel Nunes, vereador do Ambiente e Natureza e agora também vice-presidente da autarquia, que é quem tem estado no terreno a garantir o sucesso de um projecto de futuro.

Fruto deste trabalho Lousada trouxe, no ano passado, para Portugal, um prémio ambiental europeu na área da sustentabilidade, que reconhece o exemplo lousadense como uma boa prática a ser replicada. São tantos os projectos que o concelho implementou na área do ambiente que justificam este prémio que é até difícil enumerá-los. Mas com esta estratégia ambiental baseada na investigação, educação ambiental, voluntariado foi possível plantar mais de 40 mil árvores no concelho, criar lagoas, aumentar a reciclagem, identificar milhares de “gigantes verdes” e colocar a população a guardar troços de rio. Acima de tudo Lousada – Manuel Nunes e a restante equipa – conseguiu envolver a comunidade (desde habitantes a associações, empresas e juntas de freguesia) numa ideia que vai muito além de uma vontade política.

O caminho faz-se caminhando e o caminho de Lousada ainda agora começou, mas já lhe valeu um prémio. Com certeza este reconhecimento europeu vai ainda dar mais impulso ao projecto que Manuel Nunes lidera enquanto vereador. Licenciado em História e Arqueologia foi professor, mas sempre esteve ligado a causas ambientais. Talvez seja só a pessoa certa, no lugar certo, na hora certa, mas parece-nos que o seu exemplo pode e deve inspirar outros vereadores das autarquias da região a fazer mais e melhor.

Nuno Serra, presidente da Junta de Lordelo

Num outro nível, não é a primeira vez que destacamos o trabalho realizado por Nuno Serra, presidente da Junta de Lordelo. O motivo é o mesmo: a luta que tem travado ao lado da população pela defesa do Rio Ferreira.

Em 2016, altura em que já tinha sido lançado o concurso de ampliação ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, que prometia resolver o problema de poluição no curso de água devido às descargas de um equipamento obsoleto e a funcionar acima das capacidades, Nuno Serra falava em “satisfação contida” porque o problema ainda se ia arrastar até à construção da nova ETAR. O passo seguinte, dizia, era vencer a acção em tribunal contra a Câmara Municipal de Paços de Ferreira e a Águas de Paços de Ferreira e obriga-las a repor a fauna e flora do rio.

Três anos se passaram. Em 2019, o Rio Ferreira em Lordelo viveu o seu pior ano, com descargas constantes no rio, apenas com tratamento primário devido à obra da ETAR estar em curso, que transformaram o leito e as margens “num esgoto a céu aberto”. Mais uma vez o autarca da freguesia de Lordelo não se calou, pôs-se ao lado da população, denunciou, esclareceu e procurou resolver o problema com a pressão política que podia exercer. Não se escondeu e salientou que “alguém terá de pagar pelo crime ambiental” ali concretizado. Essa é, achamos, a função de um autarca local.

Cristina Moreira, deputada à Assembleia da República

Depois de 14 anos dedicada à política local e ao concelho de Lousada, assumindo o papel de vereadora na Câmara Municipal e de vice-presidente da mesma autarquia, e com 18 anos de experiência na área da educação, Cristina Moreira deu o salto e passou para o panorama nacional.

A lousadense entrou nos lugares cimeiros da lista dos nomes indicados pelo PS Porto e foi eleita deputada à Assembleia da República, nas últimas eleições Legislativas, integrando o Grupo Parlamentar do Partido Socialista.

A socialista garante que vai para Lisboa “com Lousada” e defender lá as pessoas da região e a sua coesão territorial e social, assim como projectos há muito reivindicados como o IC35 ou, mais recentemente, a Linha do Vale do Sousa.

A par de Cristina Moreira, a região elegeu outro deputado, cujo nome foi indicado pelo PSD de Penafiel, António Duarte Cunha, até agora director do Agrupamento de Escolas Joaquim de Araújo, que também congratulamos. Mas parece-nos que pelo seu extenso percurso político Cristina Moreira merece esta distinção. Desejamos que ambos consigam levar mais longe o nome do Vale do Sousa e chamar a atenção para esta região, muitas vezes posta de parte pelos governos.

 

Conheça os premiados das outras categorias:

Personalidade do Ano

Acontecimento do Ano

Empresa do Ano

Entidade Cultural do Ano

Entidade Desportiva do Ano

Jovem Desportista do Ano

Jovem do Ano

Projecto Social do Ano