POLÍTICA PARA TOTÓS: Quanto piores somos mais facilmente acreditamos que os outros são piores do que nós. E são!

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São tantas e vindas de tantos lados as notícias sobre casos de corrupção que já não cremos numa agenda escondida pela comunicação social para, em tempos de eleições, nos darem conta de como a coisa corre mal.

Há mais de quinze anos que, num livro que escrevemos, queixávamo-nos da qualidade desta democracia e, principalmente, da forma como os novos democratas se apropriaram do aparelho de estado.

Hoje, mais do que nessa altura, deixamos de ter essas dúvidas para estarmos convictos de que, afinal, a coisa é pior, muito pior do que imaginávamos.

Infelizmente, para nós, também emerge a ideia de que temos o que merecemos porque somos como somos. Ou seja, a política enquanto actividade nobre ao serviço do bem comum tornou-se num modo de vida ao serviço de cada um. Com um bocado de jeito e um pouco mais de poder ainda estendemos o favor, a cunha a uns familiares ou até a uns amigos mais chegados.

A ideia que nos tentam vender é a de que não há serviço público, não há empresa privada onde cada português não tente encontrar uma fuga, um buraco para escapar ao que são as suas obrigações sociais. Os que mais poderes detêm vão ainda mais longe: não pagam o que devem o roubam quanto podem.

Não será tanto assim nem todos os portugueses são uma cambada de ladrões, mas começa a ser difícil aos honestos entenderem as razões porque hão-de sempre os mesmos pagar e os mesmos sempre a roubar. Sim, porque aqueles que cumprem com as suas obrigações perante o estado não podem ter outro sentimento que não seja o de que se o erário público é assim depauperado é parte do seu dinheiro que é furtado.

Que se mudem as leis, que se reforme o sistema e que se altere, sobretudo, esta cultura de impunidade que leva os gatunos a pedirem indemnizações enquanto os contribuintes, silenciosos porque não lhes dão voz, vão pagando a excentricidade dos que se sentem e sentam acima da lei.

Não fosse este texto uma tentativa de um artigo de opinião que pressupõe a leitura por terceiros e esses filhos da política seriam os filhos de quem realmente são. Deserdados, no fim.

E sobra-nos sempre esta dúvida: e se estivéssemos nós nos lugares deles?

MEL

Pedro Machado, presidente da câmara de Lousada

Não, não é pelo facto de ter sido escolhido para liderar a mesa distrital da comissão política do Partido Socialista. Nem o próprio valorizará tanto as novas funções.

É antes, e com maior mérito, pelo desempenho enquanto presidente da autarquia e, particularmente hoje, por se colocar do lado dos lousadenses e ponderar avançar para tribunal contra as taxas de gás que irão oneram os habitantes do seu concelho. É destes presidentes de que gostamos. Dos que usam o poder para se colocarem ao lado de quem os elegeu e servirem todos os munícipes, mesmo os que não o escolheram.

FEL

Agendas de Verão

Vamos juntar a silly season à nossa vontade de acabar com a autoria da agenda política do concelho de Paredes. Olhemos  à volta e sobretudo  o mar que é o que mais gozo nos dá nesta época. De festas, festinhas, festarolas, procissões, baptizados e comunhões se encarregarão os outros que disso tiram algum proveito. E que os funerais lhes ocupem o menor tempo possível.