As promessas eleitorais devem ser, obviamente, prioridades daqueles que, uma vez no poder, fazem questão de honrar a sua palavra. Na última crónica demos conta da desnecessária e até da inconveniência de se construir um pavilhão multiusos no centro da cidade de Paredes. Ao mesmo tempo afirmamos e hoje confirmamos que, em vez do prometido multiusos, seria urgente a recuperação e revitalização do pavilhão gimnodesportivo já existente e tão degradado. Se assim agisse, o presidente estava a incumprir uma promessa eleitoral? Sim, mas neste caso a alternativa encontrada seria melhor do que a promessa feita. De resto, um político quando se assume na sua plenitude deve ter a humildade de assumir o erro. E essa dignidade é tão maior quando e quanto melhores forem as soluções que substituírem as promessas feitas.
Aliás, num concelho cujas freguesias estão longe de se sentirem parceiras iguais num todo, o dever de contrariar este sentimento faz com que a mudança de opinião se torne num imperativo. O concelho já tem um pavilhão multiusos igual ou melhor do que o da maioria dos concelhos do país. Não é, como muitos o querem olhar, um equipamento da freguesia de Lordelo ou de Rebordosa. É um equipamento de todo o concelho e só assim deve ser olhado. Se até agora o Pavilhão Rota dos Móveis tem sido um elefante branco gerador de despesas quase insuportáveis e incapaz de cumprir as funções para que foi criado isso não se deve à sua localização. Deve-se exclusivamente à incapacidade e à incompetência de quem o gere. Quantos de nós se deslocam ao Porto, a Guimarães, às vezes até a Lisboa, para assistirmos aos eventos que se realizam em equipamentos do mesmo tipo? Os utilizadores de um pavilhão multiusos não o frequentam por ele estar à sua porta. Usam-no e até disputam os seus lugares se a qualidade da programação os atrair. O resto são desculpas esfarrapadas.
É nestes casos que se admite e até se apoia quando quem decide tem a coragem política de mudar de opinião.
E, não mudando de opinião, reafirmamos que o que se poupava entre fazer um multiusos ou recuperar o gimnodesportivo chegava e sobrava para iniciar a despoluição do rio Sousa e fazer a ecovia entra Paredes e Aguiar de Sousa. Dava mais trabalho, mas custava muito menos dinheiro e, sobretudo, beneficiava muito mais as pessoas.
Mel
O novo Bispo Auxiliar da diocese do Porto
A imaginar pelo número de frequentadores da Igreja, nunca o Abade Vitorino Soares – tratei-o sempre por Abade – teria percebido que seriam tantos a regozijarem-se pela sua elevação à categoria eclesiástica de Bispo. Queremos crer que os outros, como nós, veem com tristeza a sua partida e se vão sentir, espiritualmente, mais desprotegidos, mas, ao mesmo tempo, orgulhosos pelo seu percurso de sucesso que se sustenta, obviamente, em ser quem é e na obra que deixa feita enquanto pároco e vigário . Por nós, pertencentes ao grupo dos que não frequentam a Igreja mas se reveem no cristianismo, reconhecemos-lhe, entre outos, o grande mérito de ter feito renascer o culto na cidade, de “trazer” de novo os católicos à Igreja e de promover a dignidade da Igreja Católica na sociedade.
Curiosamente, ao contrário do que temos lido e talvez porque, com o abade, conversamos mais do que rezamos, não pensamos que a sua nomeação se resuma à tarefa óbvia de auxiliar do Bispo titular, D. Manuel Linda. Se bem o conhecemos, cremos que mais do que complementar as funções do bispo, D. Vitorino vai constituir-se como o ponto de equilíbrio da orientação universal e universalista da diocese do Porto.
FEL
Tirem-me deste filme
Como se não bastassem os milhares de fotografias que a página oficial da câmara municipal de Paredes publica fazendo-nos crer que assim faz as obras que prometeu, junta-se agora o presidente do PSD/Paredes que, criticando o que o PS faz, faz exatamente o mesmo.
Com algumas diferenças, diga-se. É que o presidente do PSD/Paredes não é o presidente da câmara e fala-nos e fotografa-se esquecendo-se que aquilo que mostra e aquilo de que se queixa ao seu partido se deve.