O executivo municipal tem propagandeado, se calhar com razão, a reversão para a autarquia, através de expropriação, de todos os terrenos que compõem o complexo desportivo das Laranjeiras, na cidade de Paredes. É certo que nunca explicaram as razões que os levaram, o PSD e o PS, a votarem da mesma maneira a alteração ao PDM que transformava aquele espaço em zona de construção de alta densidade. Sinceramente, parece-nos que os cidadãos, merecem uma explicação cabal, quer do partido então no poder, o PSD, como do outro partido representado nesse executivo, o PS. E, já agora, que nos explicassem porque mudaram ambos de opinião.
Como dizia o paredense recentemente homenageado pelo Rotary Club de Paredes, Joaquim Alves Faria, se não fosse o “Movimento pelas Laranjeiras”, que ele próprio ajudou a fundar e assinado por milhares de paredenses, hoje, quiçá, um dos cinquenta maiores devedores da Caixa Geral de Depósitos, estaria a transformar as Laranjeiras em megatérios legalmente permitidos pelo PSD e pelo PS.
Por isso, que nenhum partido tire daqui aproveitamento político. As Laranjeiras vão continuar a ser um espaço vital para o concelho de Paredes pela demonstração e determinação do exercício de cidadania ativa que os habitantes da cidade, pela primeira vez desde o 25 de Abril, evidenciaram e que obrigou os partidos políticos a mudar de opinião. Só nos ocorre pensar se não houve já outros atos da governação autárquica, ao longo dos tempos, que justificassem o empenhamento idêntico das populações. A concessão da distribuição de água e saneamento feito por Granja da Fonseca, por exemplo, não merecia que todos os munícipes do concelho se tivessem manifestado? Ou a fusão da freguesias que compõem a cidade sede do concelho, sem sequer se auscultar a opinião dos eleitores?
Mas, como tenta dizer o título, parece-nos que ainda fica muito por contar sobre todo este processo das Laranjeiras. Senão, vejamos:
– O anterior executivo, do PSD, não tinha comprado já os ditos terrenos por um milhão e seiscentos mil contos, depois de os ter vendido por oito milhões e quinhentos mil euros, com foi amplamente anunciado?
– Se o anterior executivo já tinha adquirido os terrenos, que necessidade tem o novo executivo de os expropriar como resulta da informação que tornou publica?
– E os que dizem ter cedido terrenos naquele espaço sempre vão ser indemnizados, apesar dos terrenos voltarem a ser para fins desportivos?
– E se conseguíssemos perceber se tudo isto resultou ou não, de uma “aliança estratégica”, em 1999, entre o presidente do poder político de então e o presidente do U.S.C.Paredes na altura?
-E se mostrássemos a nossa perplexidade por o Complexo Desportivo das Laranjeira, apesar de se encontrar naquele estado de degradação absoluta, já mexeu com quase 20 milhões de euros?
– E se um dia viéssemos a saber que o União Sport Club de Paredes foi usado e abusado por políticos e dirigentes durante esse tempo todo?
Temos só uma certeza. Há muito mais a saber do que aquilo que nos contam.
Vá lá, contem-nos tudo! Ou querem que os obriguemos a contar?
MEL
Para o Papa Francisco
Quando escrevemos estas palavras ainda não sabemos, concretamente, quais as medidas objectivas e efectivas que o encontro dos cardeais sobre os abusos da Igreja produziram. Fica-nos, contudo e sem surpresas, uma certeza: o Papa Francisco, se tivesses realmente um poder semelhante ao respeito que os católicos lhe devotam faria, seguramente, um Igreja muito diferente. É melhor.
FEL
Para as lições de democracia
A política faz-se, dizemos nós, que não percebemos nada disto, com responsabilidade e discussão de ideias. Hoje, a nossa vesícula segrega todo o seu humor nos “maximianos” deste mundo. Sofomaníacos que ousam atribuir-se a si próprios de juízes e conselheiros paternalistas que só a existência da wikipédia os deixa fazer de conta. E até dão lições de democracia! E, como isto hoje está voltado para a Igreja, que sejam “bem aventurados os pobres de espírito porque deles é o reino dos céus”.