O fim de um ano é sempre pretexto para fazer balanços e avaliar o que de bom e menos bom foi feito. O VERDADEIRO OLHAR não foge a essa regra e, mais uma vez, dá destaque às Figuras e aos Factos que mais marcaram a região no ano de 2016, em oito categorias distintas, atribuindo ainda o “prémio” Personalidade do Ano.
Nunca nos cansamos de salientar que, de fora das nossas escolhas, ficam sempre muitos projectos sociais, actividades culturais, jovens, empresários, clubes e políticos com projectos igualmente meritórios.
Este ano, atribuímos o título de Personalidade do Ano a Júlio Mesquita, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, não só pelo trabalho realizado em 2016, mas pelo que conseguiu fazer em prol da instituição nos últimos anos.
Vida dedicada ao associativismo
Desde 2011 que Júlio Mesquita é o rosto da Santa Casa da Misericórdia mais antiga da região e uma das mais antigas do país: 507 anos de história.
Júlio Mesquita não nasceu em Penafiel – é natural de Bragança -, mas há mais de 50 anos que a sua vida e a do concelho que escolheu para viver (desde 1963) estão interligadas. Profissionalmente foi professor do ensino básico e delegado de informação médica até se reformar. Tem ainda desempenhado um importante papel ao nível do associativismo: foi presidente da direcção da Assembleia Penafidelense durante quatro mandatos consecutivos; presidente da direcção do Lions Club de Penafiel, durante dois mandatos; membro do conselho superior do FC Penafiel; e presidente da direcção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Penafiel, durante dois mandatos, entre outros.
Actualmente é, além de Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, cargo no qual foi recentemente eleito para um terceiro mandato, membro da direcção do Secretariado Regional do Porto da União das Misericórdias Portuguesas e ainda vice-presidente da Mesa da Assembleia-geral da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Penafiel.
A Santa Casa da Misericórdia de Penafiel, como todas as instituições, já passou por altos e baixos. E quando Júlio Mesquita chegou a Provedor não encontrou um cenário fácil, sobretudo a nível financeiro, mas também nas relações entre os funcionários e a administração. Havia empréstimos a pagar e falta de liquidez e foi preciso adoptar um novo modelo de gestão para tentar equilibrar as contas.
Hoje, as relações humanas estão pacificadas e a situação financeira “no bom caminho”. A instituição é aberta à comunidade e conta com 155 funcionários, 110 idosos, 130 crianças e 40 utentes em apoio domiciliário. Acompanha ainda 220 famílias através do Rendimento Social de Inserção, em cooperação com a Segurança Social.
Resolveu um problema com 15 anos
Além da aposta nas pessoas, a aposta tem passado pela recuperação do património religioso e dos lares que a Misericórdia de Penafiel tutela, como foi o caso do Lar de Santo António dos Capuchos e da Igreja de Santo António dos Capuchos, e na compra de novas viaturas.
A gestão de Júlio Mesquita vai agora avançar com obras de recuperação total da Igreja da Misericórdia, num investimento de cerca de um milhão de euros. Entre os projectos de futuro estão a reabilitação do Lar Oliveira Mendes, dotando-o de respostas para utentes com demências, a requalificação de algumas habitações e a construção de uma cozinha única para todas as valências da instituição.
Pelo caminho, Júlio Mesquita foi também o homem que deu nova vida ao Museu de Arte Sacra da Santa Casa penafidelense e que avançou com o projecto da Rota das Igrejas de Penafiel, que pretende dinamizar o turismo religioso do concelho, dando a conhecer 10 igrejas do centro da cidade e o próprio museu. Da mesma forma, foi consigo já na liderança da Misericórdia de Penafiel que foi instituída a cantina social onde são servidas, diariamente, cerca de 80 refeições a famílias carenciadas.
Este apoio aos que mais precisam colocou também esta instituição entre as primeiras e poucas no país que já receberam refugiados. E Júlio Mesquita tem ido muito além do apoio institucional na ajuda prestada ao casal (e agora ao filho) que já se sente em casa no concelho.
Mas talvez uma das maiores marcas que fica, do trabalho feito até agora por este homem de 71 anos, seja a resolução de um problema com cerca de 15 anos: o arrendamento do edifício do antigo hospital. Além de conseguir devolver um edifício histórico que estava em avançado estado de degradação à cidade, permitindo a criação de um hospital que vai criar cerca de 60 postos de trabalho, a renda obtida vai ser importante para a Santa Casa prosseguir o seu trabalho social.
Conheça os premiados das outras categorias: