No dia Internacional da Mulher, que se comemorou no dia 8 de Março, a Câmara de Lousada promoveu um encontro, com três mulheres do concelho de Lousada ( Ana Paula Correia, Ana Raquel Conceição e Alexandrina Sampaio) com a designação “Mulheres Extraordinárias”.
Perante um público atento, as três mulheres partilharam experiências de vida e deixaram os seus testemunhos sobre temas como violência doméstica e voluntariado.
Citada em comunicado, Ana Raquel Conceição, da freguesia de Nogueira, 41 anos, advogada, professora universitária e doutorada em Direito, na área de Ciências Jurídicas Criminais, destacou que não teria sido possível fazer o percurso eu fez sem a ajuda de outras mulheres igualmente “extraordinárias”.
A questão da violência doméstica foi, também, um tema que suscitou destaque pelas intervenientes, tendo Ana Raquel Conceição, que é também consultora e colunista do jornal Público e Porto Canal, assumido que existem hoje várias soluções e instrumentos para fazer face a este fenómeno .
“É um crime público e todos temos o dever de denunciar. É certo que existe o medo, mas existem muitas soluções para fazer face a esta situação e é também um facto que as entidades estão mais sensíveis, pois há mais denúncias deste tipo de violência”, expressou.
Ana Raquel Conceição é autora de várias obras académicas na área dos Direitos Humanos, Combate à Corrupção e Colaboração Premiada.
Ana Paula Correia, 29 anos, natural de Alvarenga, engenheira de Micro e Nanotecnologias, pela Universidade Nova de Lisboa falou da sua experiência como voluntária em Angola.
“Um país de grandes desigualdades em que se verifica um elevado número de abandono de crianças relacionado com a pobreza, crenças e factores sociais”, frisou, tendo sustentando que a paixão de dar continuidade à sua formação não a impediu de continuar a fazer voluntariado.
Quanto à sua próxima missão, Ana Paula Correia desejou querer ir até Moçambique, país que, sustentou, carece de muita ajuda.
Ana Paula Correia actualmente está a frequentar o doutoramento. Desenvolve ainda voluntariado em Angola, através da Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor.
Também citada em comunicado, Alexandrina Sampaio, de 56 anos, que trabalha na Santa Casa da Misericórdia de Lousada, relatou alguns dos momentos difíceis pelos quais passou “durante 30 anos em que foi vítima de violência doméstica”.
“A principal causa para se ter sujeitado a tal situação é o facto “de não ter casa própria, pois a casa era do marido, e não tinha condições económicas para sustentar os dois filhos, apesar de durante muito tempo ter dois empregos”, avançou.
Cerca de um ano e meio após o divórcio, Alexandrina Sampaio afirmou estar feliz, sem medo e que “aprendeu a viver um dia de cada vez”, estando a pensar em realizar uma viagem aos Estados Unidos da América para conhecer muitos dos familiares.
O evento contou ainda com a actuação do Grupo de Cavaquinhos da Usalou, tendo todas as mulheres presentes recebido bombons.