Pensamentos e emoções

0

 

A dimensão afectiva é tão real e importante como a intelectual e a corporal e, como estas duas, necessita de ser cuidada e educada.

Notamos isto, de um modo especial, no meio da crise gerada pela pandemia de covid 19, que fez aumentar os níveis de angústia, segundo a OMS, para valores muito mais altos do que os que são habituais.

Como gerir a angústia?

É evidente que, em algumas ocasiões, será necessário recorrer a um médico especialista. Mas isso não é sempre assim.

Um cristão sabe que não está sozinho nesta luta e conta sempre com a ajuda de Deus, que é Pai e nos ama infinitamente. A oração (diálogo confiado com Deus) é essencial para não cair nas garras dessa aflição acompanhada de tristeza a que chamamos angústia.

Mas, ao mesmo tempo, é o próprio Deus que nos pede que nos esforcemos de verdade – contando com a Sua graça – por gerir as emoções que, obrigatoriamente, se apresentarão na nossa vida.

Gerir as emoções é uma “ginástica” que todos devemos praticar. E não convém esquecer um dado bastante óbvio da sabedoria popular: todas as emoções são precedidas de pensamentos.

Por isso, é primordial perguntarmo-nos sinceramente por onde andam habitualmente os nossos pensamentos. Se é verdade que não possuímos um domínio directo sobre o nosso mundo interior, também é verdade que necessitamos de aprender a geri-lo com “inteligência”.

Quem sabe dirigir os seus pensamentos a Deus e ao próximo por amor a Deus, evita uma quantidade enorme de angústias interiores que acontecem porque, como dizia Santa Teresa, não se domina “a louca da casa” (assim chamava ela à imaginação descontrolada).

Uma condição fundamental da nossa autoeducação afectiva é meditar com calma em que só gerimos bem as emoções quando não permitimos que os pensamentos vagueiem sem rumo, como se isso não tivesse nenhuma influência no nosso equilíbrio interior.