O penafidelense Nuno Araújo, que assume a presidência da Administração dos Portos do Douro e Leixões e Viana do Castelo (APDL) desde 2020, termina o mandato de três anos, no final deste ano, e vai deixar o cargo, confirmou ao Verdadeiro Olhar.
“Fui convidado para ficar, tenho o total confiança do ministro [Pedro Nuno Santos] e se quisesse continuava. É uma opção pessoal de alguém que vai regressar ao sector privado”, explica, não pondo de parte a hipótese de regressar ao serviço público, caso seja desafiado no futuro. “O meu mandato termina e, depois de bem ponderado, entendi que terminei a minha missão”, resume Nuno Araújo.
Questionado sobre o trabalho desenvolvido nos últimos anos, primeiro como vogal e depois como presidente da APDL, e apesar de ser juiz em causa própria, o penafidelense elogia os trabalhadores “fora de série” e afirma que “é das melhores empresas” onde já teve oportunidade “de trabalhar, aprender e colaborar”. “Foi uma experiência fantástica de cinco anos”, garante.
Neste período, a APDL conseguiu colocar-se numa posição “prioritária” do ponto de vista da cadeia logística, apesar dos momentos complicados vividos com o “encerramento da refinaria, a pandemia e a guerra na Ucrânia”, que colocaram “grandes desafios enquanto organização, para que a APDL continuasse a fornecer serviços à região e ao país de igual forma”.
O momento foi aproveitado para desenvolver uma estratégica que faz agora a APDL ser “acompanhada por outros portos de contexto europeu”. “Estamos a aumentar a capacidade das infra-estruturas do Porto de Leixões, para receber navios de outra dimensão, e estamos a apostar na diversificação do negócio, na auto-suficiência energética, na produção de energia eléctrica aproveitando fontes renováveis, como seja as ondas do mar ou o vento, a apostar na ferrovia”, elenca Nuno Araújo. “A APDL vivia praticamente de costas voltadas para a ferrovia e, hoje, a ferrovia é parte central na nossa estratégia para oferecer soluções logísticas”, acrescenta. A par disso tem sido feita uma aposta na modernização tecnológica do Porto de Leixões, com a construção de um data center, dá como exemplo.
“As peças estão lançadas e ainda há desafios a concretizar nos próximos anos. Mas acho que muito daquilo que foram os últimos cinco anos dá garantias de um Porto de Leixões à altura dos desafios da região e do país e que continuará a ser capaz de responder às empresas portuguesas ainda melhor”, realça Nuno Araújo.
O penafidelense era vogal do conselho de administração da APDL quando foi designado presidente para o triénio 2020-2022 pelo Ministério das Infra-Estruturas e Habitação. Assumiu o cargo em Julho de 2020.
É natural de Rio Mau, licenciado em Engenharia Mecânica na Universidade do Minho, com uma Especialização Internacional em Soldadura, uma Pós-graduação em Engenharia de Segurança no ISQ – Instituto de Soldadura e Qualidade e um MBA Executivo na Porto Business School. Já foi deputado à Assembleia da República e chefe de gabinete do então secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, agora ministro.
De acordo com os estatutos da APDL o mandato tem duração de três anos, podendo ser renovado, até ao máximo de três renovações consecutivas, pelo que Nuno Araújo ainda poderia continuar no cargo.