Esta quarta-feira, dia em que se celebra o Dia Mundial dos Rios, o Movimento Rio Sousa vai organizar uma “Marcha em Defesa do Rio Sousa”, em Penafiel.
A concentração será no Tribunal de Penafiel, pelas 18h00, e o percurso será até à Câmara Municipal, onde vão entregar o manifesto que realizaram.
Pretendem, “acima de tudo”, consciencializar e sensibilizar “para o que o Rio Sousa está a sofrer”, que é algo “que se passa há demasiado tempo e tem de ser resolvido”, indica ao Verdadeiro Olhar, Nuno Pires, do Movimento Rio Sousa.
“Queremos que o Rio Sousa seja salvaguardado. Os populares e todos nós que estamos no movimento já fizemos muitas queixas, muitas denúncias e o que tem acontecido é que não chega”, acrescenta. Optaram, então, por ir para a rua e fazer uma marcha silenciosa, ou seja, vão caminhar a pé em silêncio até ao destino como “uma espécie de luto”, mas sublinham que não querem atacar nem culpar ninguém.
Na prática, esperam que “a lei nacional seja implementada”. No manifesto, solicitam à Agência Portuguesa do Ambiente (Autoridade Nacional da Água) e às Câmaras Municipais dos concelhos pertencentes à Bacia do Rio Sousa “que se dignem a pronunciar-se relativamente a este assunto apresentado, diligenciando, por todos os meios possíveis, a investigação e consequente responsabilização das empresas e/ou entidades que concorrem para a degradação do Rio Sousa e afluentes”.
Acrescentam ainda que estão disponíveis para “participar e ajudar” em acções de sensibilização junto da população.
“No fundo, esta é uma marcha de sensibilização para uma causa nacional. Não é só o Rio Sousa que se encontra neste momento a ser constantemente poluído por descargas ilegais. Por isso, queremos o apoio de toda a gente porque é uma luta comum a basicamente todos os concelhos em Portugal”, aponta.
Esta é a primeira actividade deste movimento que nasceu há pouco mais de um mês e meio e “é apartidário” e composto maioritariamente por penafidelenses. O Movimento Rio Sousa “surgiu de conversas entre várias pessoas que estavam preocupadas com o que se estava a passar com o Rio Sousa”, que pensaram em fazer algo depois das descargas “extremamente poluentes” que Nuno Pires refere que ocorreram durante o mês de Agosto.
“Isto é algo que está a afectar as populações de uma maneira muito forte. Estamos a falar de pessoas que vivem nas zonas ribeirinhas que nem conseguem abrir as janelas com o cheiro nauseabundo, estamos a falar de um rio onde as pessoas costumavam tomar banho e que neste momento nem conseguem meter um pé e há aqui todo um potencial de regeneração deste ecossistema que simplesmente é perdido porque temos constantes descargas”, acrescenta.
