Arrancou, esta manhã, com a presença dos ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia, o III Encontro de Investidores da Diáspora, que tem como palco o Pavilhão de Feiras e Exposições, em Penafiel.
“As comunidades portuguesas são um dos mais poderosos recursos que o país tem”, sustentou Augusto Santos Silva. O ministro dos Negócios Estrangeiros destacou que há 2,3 milhões de portugueses que residem fora do país há mais de um ano. “Um quarto da população nascida em Portugal reside fora de Portugal e é um elemento a ter em conta”, disse. O governante acrescentou que outro dado a não esquecer é que existiram sucessivas vagas de emigração e há várias gerações de portugueses e lusodescendentes lá fora que foram constituindo comunidades portuguesas em quase todos os países do mundo.
Segundo os registos consulares, há portugueses em 178 países, adiantou. “O número de portugueses e lusodescendentes espalhados pelo mundo ultrapassa em muito os cinco milhões de pessoas, o que é metade da população residente em Portugal”, disse o ministro. “Isto dá uma dimensão muito grande às comunidades portuguesas que residem no estrangeiro e torna a relação com estas comunidades num eixo central da política pública” a vários níveis, defendeu, frisando que é preciso apoiar estes cidadãos a vários níveis.
Nesse sentido, foi hoje lançada, pelo Governo, uma linha de crédito de 50 milhões de euros para empresários portugueses na Venezuela que queiram regressar a Portugal. Chama-se Linha Regressar Venezuela e destina-se sobretudo a pequenas e médias empresas. O ministro da Economia destacou a importância da diáspora para a promoção do país e para a economia.
Para Pedro Siza Vieira, os investidores portugueses no estrangeiro são e podem ser ainda mais “um factor de valorização do território pelo investimento que podem realizar”, em recursos e talento. Numa altura em que a Venezuela passa por dificuldades, o governante acredita que este “é um apoio que o país pode oferecer aos que mais precisam”. “Há uma importante comunidade de empresários que regressam em circunstâncias difíceis” a quem esta linha pode dar a oportunidade de recomeçar, facilitando o acesso ao crédito, acredita.
“Este é o maior fórum de captação de investimento e de promoção do Tâmega e Sousa alguma vez realizado”
Antes, nas boas-vindas aos presentes, o presidente da Câmara de Penafiel falou de um concelho com história e tradição, mas de olhos postos no futuro. Destacando o município como sendo “amigo das famílias”, Antonino de Sousa frisou que este concelho “aposta na captação de investimento criando políticas favoráveis aos investidores”. Ainda recentemente, lembrou, foram assinados contratos de apoio ao investimento que vão permitir a criação de 1.000 postos de trabalho em Penafiel.
“Este é o maior fórum de captação de investimento e de promoção do Tâmega e Sousa alguma vez realizado”, defendeu o autarca, elogiando as pessoas que “com energia, determinação e arrojo um dia saíram do país para procurar oportunidades”. “Estamos orgulhosos com o sucesso que conquistaram com empenho e trabalho”, disse, afirmando acreditar que este encontro vai ter “um impacto positivo na região. “Esta é uma oportunidade para a afirmação e projecção do Tâmega e Sousa”, defendeu o presidente da Câmara.
Já Armando Mourisco, presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, entidade que organizou o evento juntamente com a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, através do Gabinete de Apoio ao Investidor da Diáspora, falou de um território heterogéneo, com mais de 420 mil habitantes que representam mais de 4% da população nacional. “O Tâmega e Sousa é ainda a sub-região mais jovem do norte de Portugal”, realçou, lembrando que o tecido económico, com vários sectores chave, é composto sobretudo por empresas de pequena e média dimensão. “As nossas empresas têm uma taxa de sobrevivência de empresas superior à média nacional”, avançou o autarca de Cinfães. Apontando alguns indicadores do Tâmega e Sousa, Armando Mourisco referiu que a região representa 7,7% das exportações do Norte e tem muito potencial empresarial e turístico.
Entre hoje e amanhã são esperados mais de 600 participantes no III Encontro de Investidores da Diáspora, entre investidores e lusodescendentes oriundos de mais de 35 países.
Ao longo dos dois dias de trabalho vão passar pelo auditório 13 membros do Governo, entre ministros e secretários de Estado, e entidades e programas nacionais de apoio ao investimento, à competitividade e à internacionalização, como a AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, o IAPMEI – Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação, a AEP – Associação Empresarial de Portugal, o Turismo de Portugal, o programa COMPETE 2020, entre outros.
O evento terá painéis reservados à intervenção de empresários, com apresentações de projectos e de propostas, de empresas e serviços e de casos e exemplos de investimentos locais e regionais, bem como um painel dedicado à economia social. Paralelamente ao programa do auditório principal, decorrerá uma mostra empresarial, constituída por cerca de meia centena de empresas e entidades, e um espaço de apresentações, que permitirá aos empresários, empreendedores e entidades territoriais darem a conhecer as suas empresas, ideias e projectos.