Mais de 20000 pessoas marcaram presença na edição deste ano da Festa do Caldo., um número que superou as 17 mil entradas da edição de 2019, num evento que é um ex libris do concelho e que aconteceu, de 16 a 18 de Setembro, na Aldeia de Quintandona, em Lagares, Penafiel.
Em jeito de balanço, feito ao Verdadeiro Olhar pelo presidente da Associação de Desenvolvimento de Lagares, da Casa Xiné e membro da Confraria do Caldo de Quintandona, é certp que esta 14ª edição “ultrapassou as expectativas”.
Belmiro Barbosa não tem dúvidas em afirmar que a Festa do Caldo é um evento “de grande prestígio”, não só a nível local, mas também “do concelho, da região e de todo o país”.
Apesar de o número de visitantes ter sido ultrapassado, a verdade é que a venda de caldos se manteve em relação a edições anteriores, cerca de seis mil, tendo sido assados 11 porcos no espeto. O dirigente revelou que este facto está relacionado com “a falta de poder de compra dos portugueses” que já se faz sentir. “As pessoas retraem-se mais nos gastos”.
Certo é que “este é um evento que não se pode perder”, frisou ao Verdadeiro Olhar Belmiro Barbosa.
Este ano, e à semelhança da edição anterior e de forma a diminuir a poluição causada pelo plástico, a Festa do Caldo de Quintandona, manteve os copos de barro ou alumínio, tendo sido “banida a utilização do plástico descartável”, como forma de contribuir para a “diminuição da produção de lixo e da pegada ecológica” que uma iniciativa deste género pode causar, destacou o dirigente.
A forma como foi organizado o espaço, que recebeu este evento, também sofreu alterações este ano. “Houve uma aproximação das cozinhas com as zonas onde era servida a comida”, o que resultou “numa diminuição substancial do desperdício”, congratulou-se Belmiro Barbosa.
Caído o pano sobre esta 14ª edição, a organização já começa a pensar na próxima, mas, e para já, a principal dificuldade para 2023 passa pela angariação de voluntários. Este ano “200 pessoas” ajudaram a colocar o festival na aldeia, mas “tem sido difícil, porque os mais velhos já não podem, e é complicado captar o interesse dos mais novos”. Tendo em conta que, a Festa do Caldo só se consegue realizar com este tipo de ajuda, “temos que repensar a organização deste evento a este nível”.
Para além dos sabores que foram servidos e degustados nesta iniciativa, houve ainda uma vertente cultural que desfilou pela Aldeia da Quintandona com teatro, concertos de música tradicional portuguesa, um desfile de bandas musicais e de ranchos folclóricos, assim como espetáculos de Robertos, para os mais pequenos, animação musical e cénica, que desfilou pelas ruas com os grupos Gaitas Daninhas, Bandalhada e comoDEantes.
Dos 40 espetáculos, passam pelo evento os Pé na Terra, Balklavalhau, Cristina Sousa, Zingamocho, Crua, Chulada da Ponte Velha, Touriga, Colectivo Capela e Teatro Assombrado.
O certame também incluiu uma feira de artesanato e de gastronomia, com produtos da terra.
Agora, a aldeia preservada, repleta de beleza e de paisagens naturais, está em silêncio e aguarda mais um ano para voltar a receber uma nova edição da Festa do Caldo.