O último relatório provisório lançado pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para este ano, relativo ao período entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro, revela que, em 2022, Penafiel e Paredes foram os dois concelhos do país com maior número de incêndios rurais registados.
Em Penafiel foram contabilizados 418 incêndios rurais, que causaram 933 hectares de área ardida, e, em Paredes, 225 incêndios rurais que geraram 356 hectares de área ardida. Estes concelhos já constavam no ‘top 20’ em 2021, mas registaram grande aumento do número de incêndios e também de área ardida (ver tabelas).
Entre os 20 concelhos com mais incêndios em 2022 está ainda Paços de Ferreira, com 118 incêndios e 191 hectares de área ardida. Da lista constam ainda outros concelhos do Tâmega e Sousa e Área Metropolitana do Porto como Gondomar, Amarante, Vila Nova de Gaia, Marco de Canaveses, Baião, Trofa, Felgueiras, Cinfães ou Celorico de Basto.
O documento do ICNF explica que “os concelhos que apresentam maior número de incêndios localizam-se todos a Norte do Tejo, e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agro-florestal”, sendo que “estes 20 concelhos representam 34% do número total de ocorrências e 17% da área total ardida”.
Segundo o relatório, os distritos de Porto (2.539), Braga (1.163) e Vila Real (864) destacam-se por registar o maior número de incêndios, ainda que sejam “maioritariamente de reduzida dimensão (não ultrapassam um hectare de área ardida)”.
Em Portugal, no período compreendido entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro de 2022, houve um total de 10.449 incêndios rurais que resultaram em 110.007 hectares de área ardida. “Comparando os valores do ano de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 29% de incêndios rurais e menos 12% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2022 apresenta, até ao dia 15 de Outubro, o 4.º valor mais reduzido em número de incêndios e o 5.º valor mais elevado de área ardida, desde 2012”, aponta o ICNF.
Os incêndios inferiores a um hectare de área ardida continuam a ser os mais frequentes (83% do total), tendo sido apenas registados 17 incêndios com área ardida superior ou igual a 1000 hectares.
9.479 dos incêndios deste ano foram investigados e têm o processo de averiguação de causas concluído. Para 5.963 incêndios (63% dos incêndios investigados – responsáveis por 88% da área total ardida) foi identificada causa. As mais frequentes são, revela o ICNF, incendiarismo – imputáveis (28%) e queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (19%).