Entre 1 de Janeiro e 15 de Julho de 2022, houve um total de 6.164 incêndios rurais que resultaram em 40.102 hectares de área ardida, mostra o 2.º Relatório Provisório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“Comparando os valores do ano de 2022 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 5% de incêndios rurais e mais 89% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2022 apresenta, até ao dia 15 de Julho, o quinto valor mais elevado em número de incêndios e o segundo valor mais elevado de área ardida, desde 2012”, refere o documento.
Os distritos de Porto (1.211), Braga (599) e Vila Real (588) são os que registaram, até agora, o maior número de incêndios, sendo “maioritariamente de reduzida dimensão (não ultrapassam um hectare de área ardida)”. “No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de um hectare de área ardida é de 88%”, assinala o relatório. Já no que toca à área ardida, Leiria é o distrito mais afectado, com 9.185 hectares, cerca de 23% da área total ardida até à data, seguido de Bragança com 5.138 hectares (13% do total) e de Aveiro com 4.097 hectares (10% do total).
O ICNF elenca os 20 concelhos com maior número de incêndios rurais. O município que lidera a tabela é Penafiel, com 213 incêndios registados até 15 de Julho. Ainda assim, a área ardida não passou dos 167 hectares. Os dois concelhos que se seguem na lista têm muito menos incêndios registados – Montalegre e Arcos de Valdevez – mas um volume muito maior de área ardida (ver tabela).
Da lista faz ainda parte o concelho de Paredes, que registou no período em análise 87 incêndios rurais e 34 hectares de área ardida. Está na oitava posição. Neste “ranking” estão ainda outros concelhos do Tâmega e Sousa, como Baião, Cinfães, Marco de Canaveses, Amarante ou Felgueiras.
Maioria dos fogos causados por queimas e queimadas
O relatório revela que em 2022 os incêndios com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes (81 % do total de incêndios rurais). “No que se refere a incêndios de maior dimensão, assinala-se, até à data, a ocorrência de oito incêndios com área ardida superior ou igual a 1000 hectares”, acrescenta o documento.
Julho é o mês com maior número de incêndios rurais, com um total de 1.570 incêndios, o que corresponde a 25% do número total registado no ano. É também aquele com maior área ardida (28.771 hectares, 72% do total do ano). De realçar que o relatório só cobre até ao dia 15 de Julho.
Já quanto às causas, e depois de investigados 4.199 dos 6.164 incêndios rurais que se verificaram no período em análise, “a investigação permitiu a atribuição de uma causa para 2.942 incêndios (70% dos incêndios investigados – responsáveis por 24% da área total ardida)”. Até à data, as causas mais frequentes em 2022 são queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (28%) e queimadas para gestão de pasto para gado (19%). “Conjuntamente, as várias tipologias de queimas e queimadas representam 62% do total das causas apuradas”, conclui o ICNF.