São 100 anos de história e histórias que os Bombeiros Voluntários de Entre-os-Rios, em Penafiel, comemoram, no dia 17 de junho, sábado, no quartel. Um dos pontos altos das celebrações acontecem às 16h00, com a inauguração de um monumento, onde vão constar os nomes de todos os comandantes e presidentes da instituição, ao longo de um século.
Para o presidente da direção, este dia tem que servir para recordar, sobretudo, “todos aqueles que, há 100 anos se uniram e formaram o primeiro grupo de bombeiros”. Foi a partir desse momento que tudo começou. Por isso, “faz todo o sentido ter este monumento, para que a memória dessas pessoas fique eternizada”, sublinhou, ao Verdadeiro Olhar, José Vieira Pinheiro.
Também serão lembrados e homenageados os “cinco bombeiros mais antigos”, assim como “todos aqueles que têm ajudado e facilitado a vida à instituição”, porque, “não é só o dinheiro que ajuda este tipo de organizações”, “há muitas outras coisas”, sublinhou o dirigente.
José Vieira Pinheiro nunca foi bombeiro. Residia em Alpendorada, Marco de Canavezes, mas começou a trabalhar em Entre-os-Rios. Nessa altura, contou, “conheci uma míuda, com quem casei”. Depois, começou a frequentar o quartel dos bombeiros e voltou a apaixonar-se, deste vez, por uma causa. A partir dali, não mais deixou de manter esta ligação.
Hoje, quando olha para trás, afirma que os bombeiros têm sido a sua vida, com um conjunto de desafios a que tem acedido. Um deles aconteceu em 2018, quando lhe foi lançado o repto e assumiu a presidência da direção, sucedendo a António Fontes. Atualmente, reconhece que está embuido uma missão complexa, porque “governar uma casa com dinheiro é fácil, mas quando este é escasso, é dificil”.
Além disso, “é complicado arranjar voluntários, que são cada vez menos”, porque as pessoas recusam ajudar os outros, sem receberem nada em troca. Ainda assim, a passo e passo, a corporação tem conseguido reiventar-se e a prova disso é que sábado, vai ‘cortar a fita’ a duas novas viaturas.
Com um corpo ativo de cerca de 50 homens, há algo que José Vieira Pinheiro faz questão de destacar, “a solidariedade de toda a comunidade” que está sempre do lado da instituição em todos os eventos, peditórios ou outro tipo de iniciativas. Também o número de associados que tem vindo a aumentar, fruto das campanhas realizadas pelos bombeiros, “é um sinal muito positivo”.
Aos 64 anos, José Vieira Pinheiro, empresário do setor mobiliário, revela que, todos os dias vai ao quartel, “às vezes mais do que uma vez”, porque este é um trabalho que “exige muito tempo e dedicação”. Apesar de dizer que é um homem satisfeito com o passado, não deixa de se sentir “insatifeito em relação ao futuro, porque há sempre mais e melhor que podemos alcançar”.
Confessa que gostava muito de ter em Entre-os-Rios um posto de emergência, uma unidade que opera com recurso a ambulâncias, e no âmbito do Sistema Integrado de Emergência Médica, mas, o número de ocorrências “não o permite”. Ainda assim, “o socorro é assegurado 24 horas por dia, contou o presidente.
Recuando na história desta intituição, refira-se que, os Bombeiros de Entre-os-Rios foram fundados no dia 16 de junho de 1923. Começaram a sua atividade em instalações provisórias, mas, em 1930, adquiriram um edifício próprio e que, até março de 2006, foi sede da corporação.
Em 1956, foi-lhes doada uma parcela de terreno, contingua ao antigo quartel, o que levou a uma ampliação do edifício e, em 1989, adquiriram um prédio urbano que, anos depois, foi adapatado com novas valências. Mas os dirigentes da instituição sonhavam construir um novo quartel e, em 1999, conseguiram um terreno. E, a 26 de março de 2006, é inaugurado o quartel Dr. Manuel Alves Moreira.
Estes são alguns dos pormenores dos 100 anos de história destes bombeiros e que vão constar de um livro que vai ser apresentando sábado, às 15h00, aquando as comemorações do centenário desta instituição que tem o privilégio de ser atravessada pelas margens do Rio Tâmega.