“Não voltou com a força desejada”, mas a união de “esforços” da Câmara Municipal de Penafiel, da Junta de Freguesia de Eja e dos restaurante “D’ Aurora” e “Solar do Souto” conseguiu trazer para a zona ribeirinha de Entre-os-Rios mais uma edição do Festival da Lampreia, que começou esta sexta-feira e que termina domingo.
O sabor deste prato não deixa ninguém indiferente e traz a Penafiel entusiastas de todo o pais. Com arroz ou à bordalesa, com batata cozida, os visitantes podem degustar esta iguaria por apenas 20 euros e com uma vista única, porque das mesas do restaurante pode ver-se o abraço dado pelos rios Tâmega e Douro.
Depois de dois anos suspenso devido à pandemia, o certame regressou e a expectativa é que cheguem à tenda montada para o efeito, visitantes de todo o país.
O autarca de Penafiel justificou que a “escassez” e a “dificuldade que há, hoje em dia, em ter mão de obra na área da restauração” são os principais factores que permitiram ter um festival um pouco mais ‘envergonhado’. Ainda assim, os dois restaurantes presentes estão optimistas.
É o caso de Aurora Moreira que à volta dos tachos contou ao Verdadeiro Olhar que esta é uma iguaria “única” e que vale a pena saborear. Apesar de lamentar a escassez do peixe e o consequente aumento do preço da lampreia, que, comprada aos pescadores, pode chegar aos “90 euros”, a empresária espera uma enchente este-fim-de-semana. Aliás, contou que, nunca o seu restaurante, situado na freguesia de Croca, “teve tanta gente como este ano”, o que pode crer dizer que as pessoas apostam na gastronomia.
Com 60 anos, tem o restaurante há 18, porque “era um sonho” ter um negócio nesta área. Sobre o segredo da lampreia, contou que é confeccionada, talvez, da mesma forma que noutros pontos do país.
De aspecto alongado, esguio e com uma boca parecida com uma ventosa, nasce no rio, cresce no mar e regressa ao local onde nasceu para desovar. É capturada, sangrada e limpa e, depois, fica a marinar 12 horas com ingredientes como “louro, alho vinho maduro tinto e vinagre”, conta Aurora, que não deixa de espreitar o tacho, de onde sai um aroma que se sente por toda a tenda.
Antonino de Sousa acredita que este festival é para continuar, apesar de reconhecer que a autarquia vai ter que “repensar a forma como é organizado”. Certo é que, e apesar dos constrangimentos inusitados, a organização tudo fará para que este evento não morra, porque “é uma forma de promover a gastronomia local”.
Mas a lampreia não se saboreia apenas na tenda, uma vez que, paralelamente a este festival, decorre, até ao dia 31 de Março, mais uma ‘Rota da Lampreia’ e que envolve doze restaurante do município. São eles: Solar do Souto, Casa das Lampreias, O Miradouro, Taberna Fininha, Rocha, D’Aurora, O Veraz, O Engaço, São Martinho Plaza Grill, Tâmega à Vista, Casa da Carreira Taberna e Ponte de Pedra.
Por isso, este fim-de-semana ou até ao final do mês, todos os caminhos vão dar a Penafiel, porque os tachos já estão apostos com esta iguaria sazonal que, de certeza, não vai deixar ninguém indiferente.