O jogo entre a Associação Desportiva de Valongo e a Física de Torres Vedras, a contar para o Campeonato Nacional da Primeira Divisão de Hóquei em Patins, não foi, tal como estava previsto, disputado no Pavilhão Municipal de Valongo. Devido ao piso escorregadio, o desafio teve de ser transferido para o Pavilhão Municipal de Paços de Ferreira, onde Valongo e Física acabaram por empatar a quatro bolas.

A mudança de local devido à falta de condições para a prática de hóquei em patins do Pavilhão Municipal de Valongo deixou indignados os adeptos do clube local que, durante a madrugada desta segunda-feira, pintaram uma das paredes do equipamento desportivo a exigir respeito pelo clube que se sagrou campeão nacional na época 2013/14. Os adeptos defendem que foram as recentes obras de requalificação, e orçamentadas em 150 mil euros, que tornaram o pavilhão sem condições para acolher este tipo de actividades desportivas.

Uma posição refutada pela Câmara Municipal de Valongo. Ao VERDADEIRO OLHAR, o vereador do Desporto, Orlando Rodrigues, assegura que os problemas de humidade do pavilhão já são antigos e só acontecem com “condições climatéricas extremas”. Mesmo assim, revela o responsável pelo pelouro, a autarquia vai investir 50 mil euros na aquisição de um sistema de aquecimento.

Adeptos vandalizaram parede do pavilhão

 

Em Abril, o Pavilhão Municipal de Valongo fechou para obras. A intervenção incidiu na substituição da cobertura de fibrocimento e na modernização interior da infraestrutura. À data, a autarquia informou que a empreitada tinha sido adjudicada por 150 mil euros e tinha um prazo de execução de 60 dias. 70 por cento do custo das obras era suportado por fundos comunitários.

Direcção e adeptos da Associação Desportiva de Valongo pensaram que as obras de requalificação iriam melhorar as condições do pavilhão. Mas às primeiras chuvas, o piso ficou escorregadio e sem condições para a prática de hóquei em patins. Alguns treinos de início de época foram cancelados, mas a situação mais grave aconteceu no último domingo quando o primeiro jogo do Campeonato Nacional da Primeira Divisão teve de ser alterado de Valongo para Paços de Ferreira.

Indignados, os adeptos insistiram, através das redes sociais, nas críticas à intervenção efectuada no pavilhão que, alegam, tornou ainda piores as condições de treino e jogo das várias equipas do clube. Durante a madrugada de segunda-feira, alguns simpatizantes foram mais longe e vandalizaram as paredes do pavilhão.

Ao VERDADEIRO OLHAR, Orlando Rodrigues começa por afirmar que a mudança do jogo para Paços de Ferreira “foi acautelada pela Câmara Municipal de Valongo que, sabendo dos problemas já antigos de humidade que este pavilhão [de Valongo] tem, fruto da sua idade, atempadamente tratou de garantir a disponibilidade do Pavilhão de Paços de Ferreira, junto da autarquia local”.

Depois, o vereador assegura que “os problemas de humidade neste pavilhão arrastam-se há muitos anos e não resultam das obras de beneficiação feitas recentemente, que deram outra dignidade ao pavilhão e melhores condições de utilização aos atletas e público”. “A impossibilidade de utilização do pavilhão só acontece quando temos condições climatéricas extremas, tal como no domingo passado. Os motivos, como já referido, são a idade do pavilhão e a solução construtiva adoptada nessa época, que sempre originou problemas de humidade e condensações”, acrescenta.

Por fim, Orlando Rodrigues refere que a autarquia está “totalmente empenhada na solução deste problema” e que está já em curso a aquisição de um sistema de aquecimento, à semelhança do que está a ser adotado em pavilhões com o mesmo tipo de problemas. “Esta solução implica um investimento de aproximadamente 50 mil euros, estando prevista a sua implementação até ao final deste mês”, frisa.