Controlar e erradicar espécies invasoras, como mimosas ou acácias, e sensibilizar os proprietários para a escolha de árvores que escolhem na hora de reflorestar é o principal objectivo de um projecto apresentado pela Associação de Municípios do Parque das Serras do Porto ao Fundo Ambiental. A intervenção, na área da Conservação da Natureza e Biodiversidade, vai receber 100 mil euros, deste fundo estatal. O protocolo foi assinado hoje, em Aguiar de Sousa, Paredes, com o Ministro do Ambiente, Matos Fernandes.

No total, o Aviso, dirigido a Organizações Não Governamentais de Ambiente, associações de municípios e comunidades intermunicipais, vai financiar 16 projectos com mais de um milhão de euros.

“As três autarquias uniram-se para preservar e desenvolver este parque”

O facto de o ministro ter escolhido Paredes, mais concretamente Aguiar de Sousa, “no coração do Parque das Serras do Porto”, para assinar estes protocolos “é um reconhecimento público do trabalho que se tem vindo a desenvolver pelos municípios de Valongo, Gondomar e Paredes na defesa deste território”, acredita o presidente da Câmara de Paredes.

Ainda antes de José Manuel Ribeiro, presidente da Câmara de Valongo, assinar o protocolo em nome da Associação de Municípios do Parque das Serras do Porto, Alexandre Almeida lembrou que, até agora, o projecto do Parque das Serras do Porto viveu apenas de investimentos dos três municípios que destinam, anualmente, 50 mil euros (cada) do seu orçamento para a realização dos estudos científicos e de um processo participativo que envolveu as gentes deste território que vão dar origem a um plano de gestão.

“São seis mil hectares de serras, rios, aldeias, minas, mas também pessoas que abrangem três municípios e um território de muitos proprietários. As três autarquias uniram-se para preservar e desenvolver este parque”, recordou o edil. “Para saber cuidar deste património era preciso estudá-lo”, salienta.

É isso que vão continuar a fazer com este novo investimento de cerca de 100 mil euros que se junta ao orçamento anual de 150 mil euros. “Neste parque há manchas com floresta nobre, mas também muita mancha florestal com invasoras, desde acácias e mimosas. O Fundo vai permitir erradicar algumas e dar formação e sensibilizar as pessoas para quando quiserem reflorestar o façam com outras espécies”, explicou Alexandre Almeida. “Vamos estudar as invasoras e formas de as controlar e erradicar. O projecto tem que estar concluído até ao final do ano”, referiu.

Além da sensibilização que será feita junto dos proprietários, para que depois continuem este trabalho, querem ainda sensibilizar as escolas.

O ministro do Ambiente elogiou o papel das autarquias e das ONG na preservação da natureza e falou do investimento governamental na área. “Em dois anos duplicamos o valor dos apoios dados a projectos de conservação da natureza e isso faz com que o Fundo Ambiental seja, cada vez mais, um apoio a este tipo de actividades e que começa a suscitar um número grande de projectos de entidades colectivas que percebem que o que têm de mais diferenciador é mesmo o território”, sustentou João Pedro Matos Fernandes.