Entre 1 de Janeiro e 15 de Agosto de 2020, foram registados em Portugal 6.622 incêndios rurais que resultaram em 36.343 hectares de área ardida. Na região estão cinco dos concelhos com mais ocorrências do país.
“Comparando os valores do ano de 2020 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 44% de incêndios rurais e menos 48% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2020 apresenta, até ao dia 15 de Agosto, o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o quinto valor mais reduzido de área ardida, desde 2010”, explica o 4.º Relatório Provisório de Incêndios Rurais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
O distrito do Porto foi o que teve maior número de incêndios: 1.845. Seguem-se Braga (618) e Aveiro (473). A maioria dos fogos é de reduzida dimensão (não ultrapassam um hectare de área ardida). Apesar do elevado número de ignições, no caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de um hectare de área ardida é de 92%”, refere o ICNF.
Passando ao nível concelhio, o relatório elenca os 20 concelhos com maior número de incêndios. São “todos a Norte do Tejo, e caracterizam-se por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agro-florestal”, diz o documento. “Estes 20 concelhos representam 35% do número total de ocorrências e 9% da área total ardida”, acrescenta ainda.
Dessa lista, e nos lugares cimeiros, constam os concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo. No total, esses cinco municípios registaram já 914 fogos rurais desde o início do ano.
O primeiro dessa lista é Paredes, o concelho do país com maior número de ocorrências. Até 15 de Agosto foram registados 413 incêndios rurais. Segue-se, no terceiro lugar nacional, Valongo, com 151 fogos. A seguir vem Penafiel com 141 ocorrências (o quarto com mais ocorrências), Lousada com 117 (o sétimo) e Paços de Ferreira com 92 incêndios rurais (12.º no país).
Apesar do elevado número de focos de incêndio, estes concelhos ficam de fora dos que têm maior área ardida. Mas desde o início do ano houve já 910 hectares do território queimados. Valongo é o que tem maior volume de área ardida: 401 hectares. Em Paredes arderam 309 hectares, em Penafiel 108, em Paços de Ferreira 56 e em Lousada 36 hectares.
O documento do ICNF revela ainda que “do total de 6.622 incêndios rurais verificados no ano de 2020, 3.728 foram investigados (56% do número total de incêndios – responsáveis por 41% da área total ardida)”. Foi encontrada causa para 2.376 incêndios desses incêndios.
“As causas mais frequentes em 2020 são: incendiarismo – imputáveis (32%), queimadas de sobrantes florestais ou agrícolas (16%), queimas de amontoados de sobrantes florestais ou agrícolas (8%) e queimadas para gestão de pasto para gado (7%), sendo que conjuntamente, as várias tipologias de queimadas e queimas representam 31% das causas apuradas.