Realizou-se ontem, na unidade Sousacamp na Madalena, em Paredes, um plenário dos trabalhadores para abordar a “insistência na ofensiva continuada da administração no sentido da dispensa de trabalhadores”, na sequência da efectivação da venda do grupo empresarial.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura e das Indústrias de Alimentação, Bebidas e Tabacos de Portugal – SINTAB, do encontro saiu uma moção encaminhada à empresa Varandas de Sousa, que critica as “acções de discriminação” realizadas sobre alguns funcionários.
“Sobrecarregados pelo constante peso da indefinição dos seus postos de trabalho, ao que se continua a somar a inaceitável contínua e execrável pressão psicológica, aliada à inoperância, ou mesmo cooperação corporativa, da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de Penafiel”, os funcionários deliberaram “exigir o fim imediato das acções de discriminação que se traduzem na deslocação das trabalhadoras, que não aceitaram a rescisão do seu vínculo contratual, dos seus postos de trabalho e funções habituais, substituídas por outras, e colocadas a trabalhar em permanência no corredor, com recurso a materiais inadequados, em atropelo a todas as normas de saúde e segurança no trabalho, negligenciando todas e quaisquer normas de ergonomia laboral, acentuando problemas de doenças profissionais já existentes”.
Na moção, é sugerida a “necessidade urgente de reactivação das salas de produção e colheita, devolvendo ao centro de produção o seu cariz inicial, para o qual foi implantado, e pelo qual beneficiou de ajudas, benefícios, e apoios, quer do Estado, quer da Autarquia local”.
O Sindicato exige ainda “o início de conversações entre a administração e Sindicato com vista à melhoria das condições remuneratórias, pela valorização do salário, atribuição de um subsídio de alimentação justo, e compensação do trabalho em condições extremas de temperatura”.
Os trabalhadores da Sousacamp reclamam também “o fim imediato do banco de horas ilegal actualmente em prática na empresa e a remuneração integral do descanso compensatório devido por trabalho suplementar prestado em dia de descanso”.
O Verdadeiro Olhar tentou obter esclarecimentos da empresa mas ainda não obteve resposta.