No início de agosto, durante os preparativos para a Volta a Portugal, a Câmara Municipal de Paredes tomou a decisão de remover sinalizadores de segurança na Circular Regional Interior de Paredes (CRIP). Esta via, conhecida pelos seus altos índices de acidentes, viu ser retirada a sinalização vertical que separava as faixas de rodagem, assim como as lombas redutoras de velocidade, não só na CRIP, mas também em várias outras ruas da cidade.
Passado o evento, enquanto a sinalização foi sendo recolocada noutras zonas de Paredes, a CRIP – uma das áreas mais críticas e perigosas da cidade – foi inexplicavelmente deixada de fora. O resultado desta omissão não demorou a manifestar-se: desde então, aconteceram já vários os acidentes rodoviários naquela zona e o mais recente ocorreu no último fim de semana.
Durante muito tempo a CRIP foi uma zona de acidentes
A CRIP é uma das principais artérias de Paredes, mas também é conhecida por ser um ponto negro no mapa rodoviário do concelho. Há cerca de dez anos, face ao número alarmante de acidentes, muitos deles fatais, a autarquia decidiu instalar sinalização vertical entre as faixas de rodagem para tentar conter o número de desastres. Essa mesma medida, que reduziu drasticamente a sinistralidade, foi agora desmantelada para acomodar a passagem da Volta a Portugal, sem que se tivesse previsto a rápida recolocação desses elementos de segurança.
Desde a sua remoção, os condutores voltaram a enfrentar as mesmas condições perigosas de passado. A ausência de sinalização, aliada à alta velocidade que frequentemente se verifica naquela via, originaram vários acidentes.
Câmara Municipal justifica demora com férias
O VERDADEIRO OLHAR confrontou a Câmara Municipal de Paredes sobre o aumento da sinistralidade na CRIP desde a remoção dos sinalizadores e questionou que medidas concretas estavam a ser tomadas para restaurar a segurança rodoviária naquele local crítico. A autarquia respondeu dizendo que “estes elementos ainda não foram totalmente colocados por motivo de gozo de férias do setor em causa, mas serão em breve.”
Em contraste, noutras áreas da cidade, a recolocação da sinalização foi efetuada nas últimas semanas, levantando questões sobre a falta de urgência em lidar com uma das vias mais perigosas do concelho.