Há trabalhadores da Câmara Municipal de Paredes que estão a ser “’convidados’ a trabalharem, para além do seu horário, sem receberem horas extraordinárias”. A denúncia partiu do PSD local que aponta “a crise financeira que o município atravessa” como causadora desta mudança. As contas municipais estão “no vermelho”, porque o total do “passivo anda na ordem dos 200 milhões de euros” e a dívida “aumentou para 68 milhões”, colocando Paredes “no limite máximo da capacidade de endividamento”.
Em nota enviada ao VERDADEIRO OLHAR, os sociais democratas relatam ainda que “o grave” é que existem mesmo “ordens verbais, por parte de vereadores e diretores, para que os trabalhadores continuem a laborar fora de horas, mas sem qualquer remuneração”.
Pela voz do líder do partido, Ricardo Sousa, o PSD considera esta postura municipal “uma afronta para com todos os trabalhadores” e anuncia que está “ao lado” de quem está ao serviço da Câmara Municipal e exige os seus direitos”.
Instada pelo VERDADEIRO OLHAR sobre este assunto, a autarquia de Paredes desmente, justificando que apenas foi feita uma “reorganização dos serviços”. Como exemplo refere que “não faz sentido” que os funcionários afetos aos eventos, que na maioria se realizam aos fins-de-semana, “estejam com um horário laboral de segunda a sexta-feira”, e que sábados e domingos sejam contabilizadas como horas extra.
Por isso, a autarquia considerou que estes trabalhadores devem laborar “por turnos, de forma a assegurar esses períodos”. Mas, se nessas alturas estiverem ao serviço mais do que está estipulado, “serão pagos com horas extra”, assegurou na mesma nota.
Aliás, a edilidade garante ainda que, por exemplo, nos eventos Paredes Handball Cup e nas Festas da Cidade de Paredes, “estão previstas horas extra” e que estas continuarão a existir “sempre que se justificar”.
A terminar, a Câmara Municipal sublinha que esta reorganização se traduz num “puro ato de gestão” que “já deveria ter sido adotado há mais tempo”.