As contas de Paredes, relativas a 2022, foram aprovadas pela maioria, com o autarca a sublinhar que os números “confirmam” a redução dos pagamentos em atraso, em débito aos fornecedores, a mais de três meses. “Em 2018, este valor era de 5.862.159,00 de euros, em 2019,de 3.688.411,00 de euros, em 2020, reduzimos para 2.749.680,00 de euros, em 2021, baixamos para 1.397.152,00 de euros e no ano passado atingimos a redução de 893.532,04 de euros”, especificou Alexandre Almeida.

Por outro lado, estes números eflectem no passivo o endividamento dos 21,3 milhões de euros, “para pagar o resgate da concessão da água e saneamento à Be Water”. Mesmo assim, o passivo apenas aumenta cerca de 2 milhões de euros, passando de 83,5 milhões de euros para cerca de 85,5 milhões de euros”, elencou o edil que defendeu que estes resultados “mostram o grande controlo que estamos a fazer no endividamento da Câmara.

Assim, apontou, a prestação de Contas de 2022 “traduz um enorme esforço de investimento, sempre com a preocupação de obter financiamento comunitário e, como tal, garantir um equilíbrio das contas, para nunca comprometer o desenvolvimento futuro do concelho”.

A concluir, o autarca sublinhou que “2022 foi um ano em que se fizeram muitas obras, com apoios do quadro comunitário Portugal 2020, e a iniciar outras, já com o apoio do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, como é o caso das habitações sociais”. 

Apesar do grande volume de investimento realizado, Alexandre Almeida destacou “a redução do valor dos pagamentos em atraso”. Uma rubrica que “diminuiu cerca de 5 milhões de euros de 2018 até 2022”. No final de 2022 “não havia dívida a qualquer empreiteiro de obras em curso. Este enorme esforço de redução da dívida foi feito num contexto de impostos municipais no mínimo, como é o caso do IMI (0,3%)”, concluiu.

O mesmo entendimento não tem a oposição, com a deputada municipal do Juntos por Paredes a acusar o executivo de tomar decisões avulsas e demagógicas”. No período antes da ordem do dia, Cecília Mendes questionou o executivo, no que diz respeito às políticas de mobilidade para o município, sem “um plano sustentável”. “Temos as piores estradas da região, uma dificuldade de acesso à cidade e problemas de transportes colectivos”. Por isso, defendeu, urgem infra-estruturas e opções de transportes públicos, porque as carências existentes “afectam a economia local”.

Já Jorge Ribeiro da Silva, da bancada do CDS, acusou Alexandre Almeida de liderar os dossiers como se de uma grande “embrulhada” se tratasse. E instou o autarca sobre os SMAS, Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Paredes, “que não anda nem desanda”.

A “derrapagem, em cerca de um milhão de euros”, na construção do Centro de Congressos, também mereceu reparos do deputado, que se dirigiu ao autarca: “se entende que o município deve ser gerido como uma PME, que receitas irão cobrir estes prejuízos e estes investimentos?”

Alexandre Almeida tratou de responder: os SMAS vão entrar em funcionamento e “já no próximo mês, vai receber uma fatura em sua casa” emitida por esse serviço.

Já sobre as obras no Centro de Congressos, o líder do executivo negou a existência de “derrapagem” orçamental, explicando que aquela estrutura envolve “duas empreitadas em simultâneo”. Uma diz respeito ao edifício e a outra envolve o interior daquele espaço, mais concretamente as “artes cénicas” e que diz respeito ao som, luz e imagem. Mais tarde, houve opção de investir na “acústica”, tornando assim, aquele espaço, vai ser um dos melhores que há no país.