Intervir ao nível da promoção do sucesso escolar e da prevenção do abandono escolar precoce, combatendo o insucesso e reforçando acções que promovam melhores resultados, com especial enfoque no 2.º e 7.º anos de escolaridade, é o grande objectivo do projecto “Paredes Educa – Construir mais sucesso”. O concelho tem as taxas de retenção e desistência acima da média da Área Metropolitana do Porto (AMP) nestes anos de escolaridade e quer mudar esta realidade. A iniciativa foi apresentada hoje, na abertura do ano lectivo, na Escola Secundária de Paredes.

O investimento, superior a 574 mil euros, co-financiado por fundos comunitários, vai permitir colocar 12 técnicos da área da psicologia e da psicologia clínica, terapia da fala, terapia ocupacional, psicomotricidade e de educação social, entre outros, a apoiar 4.626 alunos, sendo 2.991 deles do 1.º ciclo.

Recorde-se que o município tem vindo a intervir nesta área, mas no 2.º e 3.º ciclos, desde 2007, quando foi criada a APPIS – Associação Paredes pela Inclusão Social.

“Quanto mais cedo for a intervenção melhores serão os resultados”

Este projecto, enquadrado nos Planos Integrados e Inovadores de Combate ao Insucesso e ao Abandono Escolares da AMP, prevê a criação de equipas transversais que vão envolver os profissionais das ciências sociais a contratar e os professores titulares de turma. De seguida, os alunos do 1.º ciclo vão ser alvo de um rastreio para a detecção precoce de um conjunto de factores potenciadores de insucesso escolar (presentes no Aluno, Escola e Família). Só depois se passa à intervenção que vai ser universal, mas também dirigida, com planos individuais. “Esta intervenção dirigida, para além dos psicólogos/mediadores, poderá vir a envolver outros profissionais especializados em áreas como terapia ocupacional e da fala, ou psicomotricidade, a contratar conforme as necessidades”, refere o município.

O vereador da Educação da Câmara Municipal de Paredes explica que o objectivo é ir à raiz do problema e intervir de forma precoce. “Quanto mais cedo for a intervenção melhores serão os resultados”, acredita Paulo Silva. Este projecto vem complementar o trabalho feito pela APPIS ao nível do 2.º e 3.º ciclo, acredita, lembrando que foram conseguidos bons resultados.

Publicidade

Realizado um estudo de comparação com os outros concelhos da Área Metropolitana do Porto, constatou-se que os números de retenção e desistência “mais problemáticos” estão no 2.º e 7.º anos, referiu o autarca. No 2.º ano a taxa é de 10,5% enquanto a da AMP se fica pelos 7,3%. Já no 7.º ano a taxa de Paredes é de 20,2% e a da AMP de 15,1%. A meta é ficar na média da AMP.

Para contrariar estes números, a intervenção será feita junto dos alunos mas também das famílias. Junto dos pais serão realizados quatro seminários, sobre os temas “Transição para uma nova escola: o papel dos pais na adaptação”; “Autoridade é dos pais – a obediência é dos filhos?”; “Pais acima da média: o que os pais podem fazer para promover o sucesso escolar dos filhos” e “Crescer com os filhos” e ainda um programa de “Parentalidade Positiva”.

Além das do 1.º ciclo, as escolas de 2.º e 3.º ciclo terão acesso à acção “Construir mais sucesso” que prevê a estruturação de actividades complementares, incidência em temáticas ambientais, promoção de competências socio-educativas, promoção da ligação ao meio local e aos recursos existentes na comunidade. Será ainda promovido um evento anual na área das ciências experimentais e realizado um seminário sobre boas práticas de promoção de hábitos de leitura.

O programa é para dois anos, mas o vereador não esconde que, se houver financiamento, o objectivo é continuá-lo.