A Câmara de Paredes vai remeter para o Ministério Público um relatório com desconformidades detectadas e apuradas da comparação dos trabalhos previstos nos cadernos de encargo dos 14 centros escolares construídos no concelho face aos trabalhos efectivamente realizados, depois de um levantamento exaustivo realizado. Em causa estará, por exemplo, a utilização de materiais diferentes dos previstos.
Recentemente, o presidente da autarquia, Alexandre Almeida, já tinha antecipado, numa reunião de executivo, que estimava ter que devolver cerca de 1,4 milhões de euros em fundos comunitários relativos a irregularidades nessas obras.
“Perante as irregularidades detectadas o executivo em funções na Câmara Municipal de Paredes vai colocar-se à disposição do Ministério Público, para no âmbito do processo-crime do Organismo Europeu de Luta Anti-fraude (OLAF) que descobriu indícios de fraude com fundos da União Europeia atribuídos à Câmara de Paredes para a construção de escolas, constituir-se assistente nesse processo. Recorde-se que as suspeitas de ‘cambão’ na contratação de empreitadas levaram o OLAF a propor a devolução de 8,4 milhões de euros de ajudas comunitárias”, sustenta o município em comunicado.