A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, concedeu à Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Cête a Medalha de Mérito de Proteção e Socorro, no grau ouro e distintivo azul.
Um reconhecimento que se deve ao “exemplar percurso da sua existência ao serviço da comunidade e da proteção e socorro de populações com uma atuação sempre caracterizada pelo heroísmo, pela abnegação e pela solidariedade para com o próximo”, justifica o Governo, em despacho publicado a 19 de fevereiro.
Refira-se que a institutição assinala este ano, mais concretamemte em abril, os 100 anos de existência. Tal como a maioria das associações humanitárias, a dos Bombeiros Voluntários de Cete nasceu pela mão de um grupo de homens com vontade de ajudar o próximo.
Foi depois de um incêndio junto à passagem de nível da estação de comboios que assumiram o compromisso de criar a corporação. Depois da decisão tomada, um outro incêndio havia ainda de consumir a Serração de Cete.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cete foi então oficialmente criada a 18 de Abril de 1925, estando aquartelada num pequeno quartel junto à estação. Eram 14 os bombeiros que começaram o socorro com poucos meios, sendo que o primeiro veículo era de tracção animal e o segundo um “Motobloc” alugado. A corporação teve como primeiro comandante o tenente António Gomes e, como primeiro presidente, António Pinto Lopes.
Em março de 1927, receberam um louvor do Governo pelo trabalho realizado
Os Bombeiros de Cete participaram no combate a grandes incêndios, como o de Mosteiro de Paço de Sousa, em março de 1927, o que lhes valeu um louvor do Governo da altura. No final desse ano, receberam ainda o estatuto de utilidade pública.
Mais tarde, o quartel mudou-se para o outro lado da linha de comboio e começaram a surgir novas viaturas. Em 1975, quando comemoram 50 anos de existência, tinham ao serviço duas ambulâncias, um pronto-socorro, um auto tanque e o quartel tinha recebido melhoramentos. A casa dos bombeiros passou a ser palco de actividades culturais, desde festas, bailes e local para assistir televisão, sendo ainda realizadas sessões de cinema para a localidade.
Anos mais tarde, em 1991, a 12 de Maio, seria lançada a primeira pedra do quartel actual. O antigo já não reunia as condições necessárias, porque era pequeno e pouco funcional e, muitas vezes, os bombeiros tinham que ficar parados na passagem de nível quando tinham que ir prestar socorro.
Foi um grande investimento conseguido com o apoio de fundos estatais e camarários, peditórios e ajuda de beneméritos. A obra foi inaugurada a 4 de Junho de 1995.
O quartel recebeu o nome de José Ferreira da Rocha, homem que presidiu à corporação por 37 anos que foi benemérito da instituição.
Os Bombeiros Voluntários de Cete têm a maior área de intervenção do concelho de Paredes, dando apoio a cinco freguesias: Cete, Parada de Todeia, Sobreira, Recarei e Aguiar de Sousa. Ao todo são mais de 53 quilómetros quadrados de área e cerca de 16 mil pessoas a quem estão preparados para dar socorro.