Juntar a comemoração dos 15 anos do Cabide-Árvore, uma das peças mais emblemáticas da empresa Antarte, de Paredes, com uma acção solidária que reverte a favor do Centro Materno Infantil do Porto, é esse o objectivo do projecto “Decorar para Humanizar” apresentado, esta quinta-feira, e que é apadrinhado por José Ramos-Horta, Prémio Nobel da Paz.
A empresa de mobiliário desafiou 15 designers, artistas plásticos e figuras públicas para trabalhar o seu cabide icónico. As peças estarão depois em exposição e serão, por fim, leiloadas. O objectivo é mobilar e decorar algumas salas, utilizadas por famílias e crianças que frequentam este centro.
“Como forma de contribuir para o bem-estar psicológico das crianças e para diminuir os tempos de recuperação, a intervenção nestes espaços pretende aproximar esta realidade de um lar de verdade, tornando-os mais acolhedores e humanizados”, refere nota de imprensa.
Citado através da mesma fonte, Paulo Barbosa, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Porto, garante que “a humanização dos espaços é crucial”.
Esta não é a primeira vez que a Antarte apoia projectos solidários. Desta vez o mote é o Cabide-Árvore. “Quisemos usar esta peça não só por celebrar 15 anos de existência, mas também porque representa a vida e o futuro. A nossa ideia foi trazer um pouco de cor e alegria a estes espaços, muito bem pensados do ponto de vista arquitectónico, mas pouco convidativos à permanência. Acreditamos que vamos conseguir fazer uma pequena diferença na vida das crianças e das famílias que as acompanham”, refere Mário Rocha, CEO da Antarte. A remodelação está orçada em 70 mil euros.
Entre as figuras que já aceitaram dar o seu cunho pessoal ao cabide estão Joana Vasconcelos, Paulo Neves, Pedro Guimarães, Guilherme Mampuya, Mr Dheo, Chakall e Kruella D’ Enfer, diz nota de imprensa.
Os cabides deverão estar prontos em Dezembro, altura em que estarão em exposição no Porto durante aproximadamente dois meses. As peças desta parceria solidária serão depois leiloadas e todo o valor angariado será canalizado para o serviço de pediatria.
“Apoiar projectos com crianças é sempre algo muito gratificante. Não importa se as crianças são de um país pobre ou de um país rico. São crianças e isso não tem fronteiras”, afirmou Ramos-Horta. “Há mais de 20 anos, quando Timor ainda estava a lutar pela independência, um grupo de artistas do Norte, essencialmente do Porto, reuniram-se e fizeram uma angariação de dinheiros para Timor. Na altura entregaram-me o equivalente a 100 mil dólares que usei a favor da causa timorense. Ficou, para sempre essa dívida de gratidão. Timor tem recebido muito de Portugal e este é o meu pequeno contributo”, justifica o Prémio Nobel da Paz em 1996, que apadrinhou esta iniciativa.