Os concelhos de Lousada, Paços de Ferreira, Paredes, Penafiel e Valongo terminaram 2020 entre os 20 concelhos com maior número de incêndios rurais entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro, o último relatório do ano do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
No total, estes cinco municípios registaram, nesse período, 1083 fogos rurais que resultaram em 1020 hectares de área ardida.
Paredes foi o concelho do país com mais ignições de incêndios rurais, 475 no total. No top 20, em 5.º e 6.º lugar estão Penafiel e Valongo, com 169 fogos florestais, em 9.º Lousada com 149 e em 13.º Paços de Ferreira com 121.
O número de fogos não corresponde de forma directa a mais área ardida. Valongo foi o concelho desta região onde a área afectada por incêndios foi superior: 407 hectares. Em Paredes foram 371 os hectares ardidos, em Penafiel 113, em Paços de Ferreira 68 e em Lousada 61.
Segundo o 8.º Relatório Provisório de Incêndios Rurais 2020, na lista dos 20 concelhos com maior número de incêndios estão municípios que se caracterizam “por elevada densidade populacional, presença de grandes aglomerados urbanos ou utilização tradicional do fogo na gestão agro-florestal”. “Estes vinte concelhos representam 34% do número total de ocorrências e 10% da área total ardida”, refere o documento.
Já a análise por distrito mostra que o maior número de incêndios ocorreu nos distritos do Porto (2428), Braga (944) e Aveiro (642), sendo sobretudo de reduzida dimensão. “No caso específico do distrito do Porto a percentagem de incêndios com menos de um hectare de área ardida é de 92%”, salienta a mesma fonte.
9394 incêndios no país, na maioria causados por fogo posto e queimas e queimadas
Entre 1 de Janeiro e 15 de Outubro de 2020, houve um total de 9394 incêndios rurais que resultaram em 65887 hectares de área ardida em Portugal. “Comparando os valores do ano de 2020 com o histórico dos 10 anos anteriores, assinala-se que se registaram menos 48% de incêndios rurais e menos 52% de área ardida relativamente à média anual do período. O ano de 2020 apresenta, até ao dia 15 de Outubro, o 2.º valor mais reduzido em número de incêndios e o 4.º valor mais reduzido de área ardida, desde 2010”, resume o relatório do ICNF.
No ano passado, os incêndios com área ardida inferior a um hectare foram os mais frequentes (86 % do total de incêndios rurais). Quanto a incêndios de maior dimensão, assinalam-se 11 com área ardida superior ou igual a 1000 hectares, nenhum nesta região.
Do total de incêndios rurais, 7283 foram investigados: 78% do número total de incêndios – responsáveis por 94% da área total ardida, lê-se no documento. A investigação permitiu a atribuição de uma causa para 4667 incêndios sendo as causas mais frequentes incendiarismo – imputáveis (37%) e o uso negligente do fogo (29%), por exemplo em queimas e queimadas.