Até ao final do ano, o centro de meios aéreos de Baltar, em Paredes, vai sair do papel. Neste momento, “falta apenas o projecto de especialidades”, avançou ao Verdadeiro Olhar o presidente daquela instituição, no dia em que esta estrutura assinala 95 anos de existência.
José Alberto Sousa adiantou que o projecto já contou com a aprovação da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) e vai poder “receber todo o tipo de voos, desde comerciais aos de emergência e protecção civil”, o que se traduz numa forma de “rentabilizar (financeiramente) o espaço”.
O novo edifício visa dar “condições condignas aos militares da GNR que integram a Unidade de Emergência de Protecção e Socorro (UEPS), ainda conhecidos como GIPS, que todas as épocas de incêndios ficam instalados em contentores, e também ao pessoal de emergência médica que usa o Heliporto de Baltar”.
Será um edifício com várias valências e com uma torre de controlo aéreo, que permitirá também ao heliporto ter mais condições. As entidades envolvidas neste projecto esperam que o seu financiamento possa ser enquadrado “no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
Recorde-se que, o edifício projectado, inclui um piso, mais torre de controlo aéreo e contará com salas de refeições, de estar, briefing, operações, formação e de material, assim como quartos e balneários para a GNR, mecânicos e pilotos.
Obras à parte e em dia de aniversário, José Alberto Sousa revelou ao Verdadeiro Olhar que os “Bombeiros de Baltar vivem um momento muito bom”, sendo “uma estrutura muito bem equipada de meios humanos, a principal mais-valia desta instituição”.
Aliás, o dirigente não deixa de sublinhar o papel dos bombeiros de Baltar quando acorrem a “acidentes, porque ali estão em causa vidas humanas. Os fogos são fogos, mas, acima de tudo isso estão as vidas humanas”. Neste âmbito, aproveita para defender que “os alunos do ensino secundário deveriam ter uma cadeira obrigatória de protecção civil e socorro, porque se alguém tiver uma paragem cardio-respiratória, por exemplo, quase ninguém sabe o que fazer e perdem-se muitas vidas à espera de algo que deveria ser imediato”.
O presidente considera que “não é um quartel ou carro novo que fazem os bombeiros, mas o conhecimento”. Por isso, destaca a “formação” como aliado principal na evolução deste tipo de organização e para a qual, no caso de Baltar, “conta com o apoio incondicional da direcção”.
José Alberto Sousa sustenta ainda que este dia de ‘festa’ serve também para “valorizar o passado”, porque “não podemos deixar de estar gratos a quem, em 1928 iniciou esta instituição”.
Quando José Freitas foi empossado como comandante da corporação de Baltar, prometeu que o seu trabalho iria assentar na “formação, disciplina e lealdade”. Cerca de sete meses depois garantiu ao Verdadeiro Olhar que a sua actividade tem incidido sobre estes três pontos. Aliás, congratula-se por ter à sua disposição “uma centena de operacionais”, sendo que a escola tem “20 estagiários”. E se de meios humanos a corporação está “bem servida”, o mesmo não se pode dizer sobre os equipamentos. “Temos lacunas ao nível de material de socorro e combate a incêndios”, considera, referindo que é essencial a “substituição de veículos que estão desadequados”.
E dá como exemplo viaturas que têm mais de 40 anos. Do ponto de vista técnico estão “ultrapassadas e é necessária a sua renovação, porque estão desajustadas”. Para além disso, “a manutenção cria muitas despesas, até porque não há peças”.
Ainda assim, José Freitas não deixa de defender que “não adianta ter bons meios e boas máquinas se não tivermos pessoal bem treinado e formado”, e a área da formação é sempre a prioridade.
Sobre o período de Verão que já se avizinha, o comandante aponta que a corporação de Baltar “está preparada”, mas lembra que, actualmente, as “épocas críticas são todo o ano”. E como exemplo apontou que, esta semana, a corporação acorreu “a dois incêndios florestais”.
Em relação ao futuro, reconhece que quando assumiu este cargo teve “o trabalho facilitado”, porque conhecia todos os cantos da casa, mas é certo que vai continuar a “apostar na formação” e em conjunto com a sua equipa, prestar “o melhor serviço a toda a população”.
Ainda no âmbito das comemorações dos 95 anos, houve uma romagem aos cemitérios, como forma de homenagear os bombeiros da corporação já desaparecidos.