Há falta de qualidade nas refeições servidas nas escolas EB23 e Secundárias de Paredes denunciam os pais nas redes sociais, revoltados com a situação. “Que raio de alimentação é esta e qual a justificação para que isto aconteça?!”, questionaram, ontem, os progenitores de um aluno da Escola Básica e Secundária de Rebordosa, mostrando fotos com a refeição servida: um prato de legumes “à Brás”, com couve-flor e cenouras e sobretudo composto por batata palha. Esta publicação levou dezenas de pessoas a queixar-se de situações idênticas.
“Para além de ser pouco e sem nutrição nenhuma, a minha filha ainda diz que a comida está sempre sem tempero, gelada, empapada… Todos os dias ela reclama da comida mal feita! Não é uma situação isolada, este ano a situação está muito má!”, critica outra mãe. “É bom que se corrija o que está a acontecer. Ninguém merece comer esta comida”, diz outra. Inúmeros pais comentaram dando nota das constantes queixas dos filhos pela quantidade e falta de qualidade das refeições, algo recorrente. Também pedem uma fiscalização mais atenta ou que as refeições voltem a ser preparadas nas escolas.
A Câmara de Paredes emitiu, esta tarde, um esclarecimento informando que “tendo conhecimento de deficiências nas refeições servidas”, está a “tomar medidas para que a empresa fornecedora corrija o que não funcionou bem”.
O presidente da Câmara Municipal de Paredes, Alexandre Almeida, anunciou que almoçou hoje, “de surpresa”, na Escola Básica e Secundária de Rebordosa e que “as deficiências encontradas nas refeições” servidas ontem foram “uma situação pontual” que “que se prende com a preparação da refeição vegetariana” prevista uma vez por mês na ementa escolar elaborada pelo nutricionista.
“Na situação ontem reportada os ingredientes não chegaram às cozinhas atempadamente. O resto é especulação”, sustenta o autarca, garantindo que “a refeição servida no dia de hoje tinha toda a qualidade exigida”.
“Essa empresa que está a servir as refeições para as EB 23 e Secundárias de Paredes foi a que ganhou o concurso e já era a empresa que fornecia o serviço de refeições às escolas anteriormente, antes de as escolas passarem para a responsabilidade dos Município”, salienta o edil em resposta enviada.
“Preocupado naturalmente com a situação, acompanhado pelo vereador da Educação, Paulo Silva, e pela técnica superior de Educação do Município, Margarida Cardoso, decidi ir almoçar de surpresa na escola sem avisar e a refeição que foi servida corresponde exactamente à qualidade e ao que estava previsto na ementa para hoje”, diz ainda, acrescentando que na passada segunda-feira também esteve na EB 23 de Lordelo e estava “tudo normal” na cantina, não tendo sido “reportado nenhum problema”.
“Nós já notificamos a empresa para corrigir essa situação da falha do fornecimento dos ingredientes. Temos já agendadas para amanhã e sexta-feira reuniões com os directores das EB 23 e Secundárias e com as associações de pais. Na próxima segunda-feira vamos reunir com a administração da empresa fornecedora do serviço de refeições escolares à qual se podem juntar os directores das escolas e as associações de pais. O nosso empenho é total para resolver este assunto”, afirma o presidente da Câmara.
Contactada, a empresa responsável, a Uniself, ainda não emitiu nenhum esclarecimento às questões colocadas.