Dezenas de crianças e jovens da freguesia de Rans ficaram, esta manhã, nas paragens dos autocarros. Em causa está a mudança nos horários dos autocarros da Valpi que passam naquela freguesia e a eliminação do horário que a maioria dos alunos usava para deslocar-se à escola. Pais estão indignados, queixam-se que não foram avisados da alteração e afirmam que autocarro que resta já está sobrelotado e não é suficiente para transportar todos os alunos.
Contactada, a Valpi explicou ao VERDADEIRO OLHAR que é normal haver ajustamentos nos horários no início do ano lectivo, para haver adaptação do número de alunos de cada localidade e dos seus horários escolares à necessidade de transporte. A empresa sustenta que a situação está a ser monitorizada e os problemas serão resolvidos.
“O autocarro já vem cheio e não vamos andar a pagar passe para os miúdos irem todos encavalitados”
Em Rans, os pais foram apanhados desprevenidos. Esta manhã, muitos foram os que tiveram que atrasar-se para o trabalho e levar os filhos à escola quando perceberam que o autocarro, que normalmente passaria entre as 7h50 a 8h00 naquela zona, tardava em chegar. Outros alunos acabaram por apanhar apenas um autocarro por volta das 9h00 e perderam as primeiras horas de aula.
Foi o que aconteceu ao filho de Maria José Costa. “Ficou à espera do autocarro das 8h00 mas não teve transporte e acabou por ir só no das 9h10. Perdeu duas horas de inglês. Alteraram o horário sem avisar a escola ou os pais”, lamenta. Segundo esta mãe, aconteceu o mesmo a dezenas de crianças nas paragens seguintes. “Foram mais de 100 alunos que ficaram sem transporte”, refere.
“Querem que as crianças vão no autocarro das 7h45, mas ele já vai quase cheio. Já vêm muitas crianças de Boelhe e Peroselo”, diz Maria José Costa. “O autocarro já vem cheio e não vamos andar a pagar passe para os miúdos irem todos encavalitados. Têm que pôr dois autocarros”, defende outra mãe, que preferiu não se identificar e que promete estar junto à paragem esta terça-feira de manhã.
Quem também vai para a paragem juntamente com o neto é Margarida Silva. “Esse autocarro já vai à pinha com as mulheres que vêm para as fábricas. Quero ver onde vão meter mais 30 miúdos”, critica a mulher. “Esta manhã já houve crianças a perder aulas. Quem é que vai justificar as faltas?”, acrescentou, criticando a mudança de horário sem aviso prévio.
Durante todo o dia, à semelhança do que aconteceu com outros pais, Maria José Costa procurou entrar em contacto com a Valpi para obter esclarecimentos. “Houve muitos que foram até lá pessoalmente fazer queixa”, adianta.
Segundo esta mãe, caso a situação não mude esta terça-feira, os pais estão dispostos a ir até ao centro da cidade manifestar-se junto à Câmara e às instalações da Valpi.
Problemas serão resolvidos, garante Valpi
Ao VERDADEIRO OLHAR, a Valpi confirmou a recepção de várias queixas ao longo do dia e explicou que além da carreira pública, por volta das 7h40, existia um “desdobramento”, ou seja, costumava passar um segundo autocarro, por volta das 8h10, como reforço. Este ano, atendendo à redução do número de passes – que só em Penafiel terá rondado os 300 -, retirou-se esse autocarro, por acharem que já não seria necessário, explicou José Mendes. “A situação está a ser monitorizada e, se se verificar que o número de alunos é superior, o problema será resolvido”, garantiu.
Este responsável da Valpi salientou que, no início do ano lectivo, a empresa ainda não tem informação sobre a localização das crianças e dos seus horários. “Temos que ir ajustando os horários às necessidades”, realçou. Por isso, José Mendes admite que possam existir problemas nestes primeiros dias de aulas, que serão resolvidos assim que identificados. Quanto à alegada sobrelotação dos autocarros, o engenheiro realça que são alvo frequente de fiscalização e que os autocarros urbanos têm vários lugares de lotação de pé, o que nem sempre é compreendido pela população.
Típico da Valpi. Aqui em Valongo é igual: estão sempre à porfia com a Gondomarense, mudam horários e colocam outros sem interesse para os passageiros, unicamente para ultrapassarem a concorrência e muitas vezes as alterações que fazem, além de caírem no ridículo, não resolvem em nada o que eles pretendem. Pelo contrário: a concorrência chega a ser favorecida! Ligações entre as camionetas de Sobrado e Retorta? Nem vê-las! É desonesto fazerem isto a quem lhes dá o rendimento. Apoio estes pais. Onde os interesses se sobrepõem aos clientes, é necessário que se reclame! Se quem está a gerir estas coisas não anda na rua, então que comece a andar e a ver o que se passa para fazer horários decentes e a pensar nos seus passageiros.
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