Foto: Paulo Sérgio Barbosa

Estreou, no passado domingo, no Teatro Rivoli, estando em competição na Semana dos Realizadores da 38.ª edição do Fantasporto, o filme “Uma Vida Sublime”. Trata-se da segunda longa-metragem de Luís Diogo, realizador e professor de Educação Visual em Frazão, Paços de Ferreira, e tem como tema a felicidade.

Segundo o cineasta, a assistência mostrou-se “entusiasta” com este novo filme que segue, já este fim-de-semana, para o Festin – Festival de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, seguindo-se três festivais internacionais em Abril. Deve chegar às salas de cinema portuguesas em finais de Setembro.

O filme contou com o apoio da Câmara Municipal e de algumas empresas do concelho e conta com algumas cenas filmadas em Paços de Ferreira.

Recorde-se que a primeira longa-metragem de Luís Diogo venceu 11 prémios em 36 festivais de 20 países.

“O nosso filme é a longa-metragem de mais baixo orçamento no Fantasporto”

“Uma Vida Sublime” conta a história do Dr. Ivan, interpretado por Eric da Silva, que tem, aparentemente, uma vida perfeita a todos os níveis. Mas não consegue ser feliz por estar rodeado de infelicidade e por isso tenta aplicar duas curas radicais para resolver os problemas de infelicidade dos outros: “o diagnóstico de cancros terminais falsos e a eliminação temporária de alguns dos cinco sentidos” dessas pessoas. “Mas as terapias resultarão ou terão efeitos secundários imprevisíveis?”, lê-se na sinopse.

“Este filme é sobre conceitos de felicidade. Às vezes tentamos que os outros sigam as nossas convenções de felicidade quando não existe um padrão e existem várias formas de felicidade”, refere Luís Diogo, que além de realizador é autor do argumento original e co-produtor com António Costa Valente.

O cineasta confessa que, ao contrário de Pecado Capital, a sua primeira longa-metragem lançada em 2012, que foi uma “experiência” e tinha uma história “mais convencional”, este novo filme é mais “trabalhado e profundo”, levantando questões sobre a ideia de felicidade com o objectivo de gerar debate. “As pessoas dizem-me que este filme é muito mais eu. Neste já evitei erros que cometi no primeiro, foi uma aprendizagem”, reconhece.

Mais uma vez, Luís Diogo destaca o baixo orçamento deste filme, apesar de não citar números. “O nosso filme é a longa-metragem de mais baixo orçamento no Fantasporto. Há outras que custaram 40 vezes mais e há mesmo curtas-metragens aqui que custaram mais que este filme. Há casos em que um minuto de filme custou o mesmo que o nosso filme inteiro”, frisa.

“É sempre bom ser escolhido para festivais onde não nos conhecem e para competir com filmes que custaram muito mais que o nosso. Fomos um dos oito escolhidos entre 500 concorrentes num festival internacional”, adianta.

Tem participação confirmada em dois festivais na Alemanha e um nos Estados Unidos da América

O filme vai cumprir agora o percurso dos festivais, tendo já participação confirmada em três a nível internacional, um americano e dois alemães que não divulga para já. Só deve chegar às salas de cinema nacionais em Setembro.

O drama/thriller de 105 minutos foi filmado em Paços de Ferreira, Porto, Monte Córdova (S. Tirso), Avanca e Castelo Branco, entre Junho e Agosto de 2016. Foi produzido pelo Cineclube de Avanca e Filmógrafo tendo Eric da Silva, Susie Filipe, Rui Oliveira e Paulo Calatré nos principais papéis.

Luís Diogo é natural de Castelo Branco mas vive em Frazão, onde é professor de Educação Visual na Escola EB 2,3 de Frazão. Foi autor dos argumentos originais das longas-metragens “A BOMBA” (2002), de Leonel Vieira, e GELO (2016), de Luís e Gonçalo Galvão Teles. Escreveu ainda e realizou as curtas-metragens “Desta Água”, “Noite Fria em Castelo Branco” e “Noite Gélida em Castelo Branco”.

“Pecado Fatal” (2012) foi a sua primeira longa-metragem, que escreveu e realizou. O filme venceu 11 prémios em 36 festivais de 20 países.