Em comunicado, o PSD de Paços de Ferreira informou esta sexta-feira que pediu esclarecimentos à Direcção Geral das Autarquias Locais sobre o processo de criação
de um sistema de mobilidade urbana assente nas trotinetes, implementadas esta semana.
O partido critica a forma de instalação deste sistema que “assenta num Acordo de Cooperação entre a autarquia e uma empresa privada, com fins lucrativos, que actua num sector concorrencial, não tendo sido respeitado nenhum tipo de procedimento concursal que tivesse colocado outras empresas que pudessem estar interessadas em pé de
igualdade com a Green Flower, Lda., empresa responsável por este serviço”.
Em comunicado, fonte da autarquia explica que o município “estará sempre disponível para, no estrito cumprimento da lei, desenvolver um conjunto de projectos com todos os outros operadores interessados em instalar-se no concelho”.
Estas 50 trotinetes estão disponíveis desde segunda-feira em Paços de Ferreira e Freamunde e, para a sua utilização, as pessoas têm de instalar uma aplicação e pagar pelo tempo de uso. O PSD afirma, no entanto, que os utilizadores “não têm nenhum tipo de seguro”, o que, em caso de acidente, além dos custos, “é essencial que se criem mecanismos de defesa para terceiros, tal como os seguros rodoviários obrigatórios para quem possui veículos”.
Fonte da autarquia explica que “a instalação, no concelho de Paços de Ferreira, deste tipo de equipamentos, não difere do que existe em várias cidades do país”. “O cumprimento da legislação, por parte dos operadores, naturalmente que, também no caso de Paços de Ferreira, se verifica e em nada se distingue do que actualmente existe num conjunto de outras cidades do nosso país, onde este tipo de mobilidade já foi testado e consolidado”, continua.
O comunicado do PSD refere ainda que “o Acordo de Cooperação, apresentado em reunião de Executivo e que contou com os votos contra dos vereadores eleitos pelo PSD, faz com que a empresa Green Flower, Lda. beneficie de 100% das receitas da actividade e a autarquia suporte os custos associados, nomeadamente o carregamento diário das trotinetes e a sua recolha no fim de cada dia”. O partido considera esta repartição dos custos como “desadequada e representa um erro político lesivo do erário público”.
Em Assembleia Municipal na semana passada, o vereador referiu que as obras que estão a ser feitas em Paços de Ferreira e Freamunde e a ciclovia que vai nascer vão permitir que as pessoas possam usar este meio de transporte. Mas o PSD explica, em comunicado, que, embora “estes veículos se enquadrem em boas práticas”, considera que “Paços de Ferreira não possui ainda infraestruturas básicas que confiram aos utilizadores níveis de segurança mínimos para a sua utilização”. “Ou seja, a ânsia do foguetório contribui, também neste caso, para que a maioria socialista que governa a autarquia tenha começado este dossier «pelo telhado»”, remata.
“Relativamente à posição do PSD de Paços de Ferreira nesta, como noutras matérias, é reveladora da total ausência de um projecto político alternativo, limitando-se à inútil tentativa de lançar para a praça pública um conjunto de insinuações baseadas, como é seu timbre, em falsidades”, esclarece fonte da autarquia. “Os números referentes à primeira semana de utilização das trotinetes eléctricas são tão expressivos que a adopção desta medida peca, apenas, por tardia”, conclui.