“Recicla hoje e colhe amanhã” é o nome do projecto de três meninas de 11 anos que venceu o Orçamento Participativo 2019 de Raimonda, em Paços de Ferreira, e que já está a percorrer a freguesia.
De mochila às costas, Ana Carvalho, Ângela Carvalho e Inês Nunes estão a percorrer desde a semana passada e até à próxima quarta-feira as várias casas de Raimonda para apresentar uma alternativa aos sacos de plástico. Entregam um saco de pano com um desenho feito por elas e também um marcador de livro com um acróstico, como uma forma de consciencializar em termos ambientais.
“O objectivo é diminuir o uso de plástico, porque as pessoas usam sacos de plástico que, ou vão para o mar, ou vão para o lixo e isso acaba por destruir a Natureza. Então, tivemos a ideia de um saco que se pode lavar e usar muitas vezes”, referem ao Verdadeiro Olhar, acrescentando que “até dá para ir para a praia com ele”. Além disso, acrescentam que serve também para identificar quem vive naquela freguesia.
Os pais tiveram de se inscrever em nome delas, na altura das férias da Páscoa, uma vez que são menores de idade, mas a ideia, garantem, foi inteiramente delas. Após fazerem um trabalho para a escola sobre o ambiente e a freguesia onde residem (Raimonda), decidiram participar no Orçamento Participativo e acabaram por vencer, tendo os resultados sido divulgados em Maio.
Cada saco tem um desenho que foi feito pelas mãos das três meninas, que se inspiraram na Natureza e na sua freguesia, que tem árvores com frutos como aqueles que pintaram. “Para já”, referem, esta é a única etapa do projecto.
Até agora, contam que a receptividade “tem sido boa” e que algumas pessoas dizem mesmo que “tem de ser assim porque os sacos de plástico são um grande desperdício”.
Esta foi a segunda edição do Orçamento Participativo de Raimonda e contou com quase uma dezena de participantes, com um valor estipulado de 1000 euros.
“Esperamos que esta iniciativa seja mais um incentivo a tornar Raimonda ainda mais responsável com a questão ambiental”, refere a Junta de Freguesia. Para o presidente, Jocelino Moreira, é: “Um motivo de orgulho para nós, três meninas com 11 anos terem esta consciência crítica, um exemplo para todos nós”.