As contas da autarquia de Paços de Ferreira foram aprovadas em reunião de executivo, contando com os votos contra da oposição PSD. “Contas em dia, pagamento a pronto aos fornecedores, quando em 2013 o município demorava três anos e meio a liquidar as suas faturas”, assim como uma “dívida controlada e bem abaixo dos limites legais, com zero euros de margem de endividamento em 2013, contra os atuais 12 788 241 euros”, são os destaques dos socialistas do orçamento que, em breve, vai subir à Assembleia Municipal para ser aprovado.
Sobre o documento, o PS diz não entender porque é que a oposição votou contra, sobretudo por se tratar do partido (PSD) que, durante anos, governou a Câmara Municipal, deixando-a “na bancarrota, com dívidas de dezenas e dezenas de milhões de euros, sem dinheiro sequer para pagar a conta da eletricidade”. E com a saúde financeira atual, que permitiu o regresso do município à sua total autonomia e com possibilidade de recurso ao crédito bancário, a primeira vez em 12 anos, não se juistifica este voto contra.
Para a maioria, os números não são mais do que sinónimo de “um concelho dinâmico e com futuro”, com contas que “mantêm a seriedade, o rigor e a transparência”, já para não falar do “fim da troika” conquistado há meses por Paços de Ferreira, através da saída do Programa de Ajustamento Municipal. Tendo em conta esta situação, o PS diz que não pode deixar de apelidar esta postura da opoisção de “desonesta”, porque “à falta de qualquer tipo de argumento verdadeiro, insiste no sistemático recurso à mentira”.
A terminar, e de forma irónica, insta a oposição a denunciar “o parecer do ROC, a decisão do FAM em libertar a Câmara Municipal do garrote em que estive durante vários anos e a inexistência de dívidas a fornecedores”.
Pelo lado o PSD, o partido começa por apelidar de “populista” a gestão liderada por Humberto Brito, justificada por atrasos na execução de obras há muito prometidas, sendo que outras há que o autarca “menciona repetidamente como sendo projetos “em construção”.
Acrescenta ainda o PSD que o edil proclama que “todas as freguesias foram dotadas de novos equipamentos desportivos”, o que não corresponde à verdade. Ou seja, “esta recorrente utilização de projetos que ainda não foram concretizados, parece ser uma maneira de ocultar a incapacidade de executar as obras de forma efetiva”.
Neste âmbito, o maior partido da oposição lamenta “todas as obras por realizar em Paços de Ferreira que que são “promessas antigas”, como sejam “o posto da GNR de Freamunde, a Casa das Artes, o Multiusos e a Academia Profissional”.
Outros argumentos que sustentam o voto do PSD dizem respeito à rede viária do concelho, que “continua deficiente, sem melhorias na segurança e mobilidade”, “o atraso na revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), a falta de criação de novas zonas industriais”, assim como a ausência de estímulo e de apoio aos jovens empreendedores.
No que que concerne ao FAM (Fundo de Apoio Municipal), a oposição diz registar com “satisfação a saída” do município da sua alçada, mas, já sobre a redução da dívida, “a situação mantém-se consistente com os anos anteriores”, elencando que op que tem permitido a sua redução é fruto das “transferências do Estado”.
Porque a análise à execução orçamental “não se deve restringir apenas ao equilíbrio entre receitas e despesas, mas também ao grau de execução do Plano Plurianual de Investimentos”, sendo que, neste âmbito, “o município regista uma execução de apenas 59%, um reflexo claro do constante anúncio e inclusão de projetos que, no fim, não se concretizam”.
Por isso, o partido considera ainda que “a atual gestão sai fragilizada pelo contínuo impasse na gestão do processo de água e saneamento, que ao longo dos últimos anos não teve uma linha objetiva de resolução, que colocou o município perante uma condenação que ronda os 100 000 milhões de euros. Pelo que se espera que o processo de negociação em curso possa ser finalmente terminado”.
Por tudo isto, o PSD diz que não pode deixar de considerar a gestão socialista um “fracasso”, daí o voto contra.