Quase um terço (27,1%) da água que entra nas redes de abastecimento portuguesas é desperdiçada com roturas, avarias e desvios. A conclusão é do mais recente relatório do regulador do setor da água, que coloca Paços de Ferreira no 10º lugar entre os concelhos com menos desperdícios, com 12,7%.
Quer isto dizer que, e a nível nacional, o serviço de abastecimento público de água tem perdas anuais de cerca de 184 milhões de metros cúbicos, alerta a Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR), que agora divulgou estes dados de 2022.
Com abastecimento gerido pela Águas de Paços de Ferreira, este município viu uma redução do resultado do ano anterior, 14%, o que fez com que o concelho subisse um lugar e entrar no top 10 entre os municípios do ranking da ERSAR, que inclui 219 entidades gestoras de abastecimento.
Esta lista tem por base o indicador “Água Não Faturada”, que engloba os desperdícios gerados por fugas, roturas, derrames em reservatórios ou outras ineficiências e ainda as perdas comerciais, como roubos e desvios de água.
Apesar de ainda não ser conhecido o ranking com os dados de 2023, a Águas de Paços de Ferreira avança que o volume de perdas se manteve próximo do resultado agora divulgado, fixando-se nos 13%. A situação é completamente diferente dos valores registados no início da concessão onde a percentagem dos desperdícios ultrapassava os 35%. Para dar uma dimensão da relevância desta redução das perdas diga-se que “a água que se deixou de desperdiçar anualmente é suficiente para abastecer a população do concelho durante cinco meses”, ´refere uma nota de imprensa.
“Paços de Ferreira tem registado uma evolução muito positiva na redução de perdas, mas acreditamos que, nos próximos anos, conseguiremos alcançar novos mínimos de desperdícios. Para isso, contribuirão tanto o investimento contínuo na tecnologia que usamos para monitorizar as redes como as nossas equipas, que respondem prontamente quando há ocorrências que representem perdas de água, como é o caso das roturas em condutas”, afirma Arminda Silva, diretora geral da Águas de Paços de Ferreira, citada na mesma nota.
Em contraste com o resultado de Paços de Ferreira, a média nacional de perdas fixou-se nos 27,1%, muito acima do recomendado pelo regulador que se cifra nos 20%.
Já a média das concessões municipais de abastecimento operadas pelo Grupo INDAQUA (de que a Águas de Paços de Ferreira faz parte), fixou-se nos 12,5%, em 2022. Um valor que já foi reduzido para 11%, em 2023, de acordo com os dados da empresa.