Esta semana, a população de Paredes recebeu uma carta aberta do Presidente da Câmara Municipal. Não fossem as cores utilizadas e o logótipo do Município, ficaríamos convencidos de que se tratava de uma carta do líder do Partido Socialista em plena campanha eleitoral.

Aproveitando o pretexto de endereçar os votos de Boas Festas à população, o líder do PS, disfarçado de Presidente da Câmara Municipal, aproveitou para se vitimizar e justificar o incumprimento das suas principais promessas eleitorais com aquilo a que chamou “Orçamento da Má Herança”.

A carta começa por falar do passivo municipal, sem nunca falar do valor real da dívida, que é cerca de metade do valor que o então candidato do PS anunciou em campanha eleitoral, numa tentativa de provocar a confusão na esmagadora maioria da população, que não distingue dívida de passivo. Na verdade, Alexandre Almeida passou uma campanha eleitoral a falar numa dívida municipal de mais de 100 milhões de euros, tendo agora descoberto que, afinal, é de cerca de metade desse valor.

Mais à frente, a mesma missiva fala do processo OLAF e na devolução de cerca de 6 milhões de euros de fundos comunitários, quando o Presidente da Câmara sabe que o processo respectivo corre em tribunal e não há, nem haverá tão cedo, qualquer decisão no sentido da devolução do dinheiro. Também não é verdade que a Câmara Municipal esteja impedida de receber fundos comunitários no valor de seis milhões: o Presidente da Câmara sabe, porque é um assunto da sua área profissional, que bastará o município dar uma garantia para que possa receber esses fundos.

Por último, a carta de Alexandre Almeida fala de um relatório da Direcção-Geral de Finanças que o impede de baixar o valor de qualquer imposto, inclusive o IMI. Na verdade, ao recorrer ao PAEL, a Câmara Municipal de Paredes comprometeu-se a não baixar os impostos, mas, relativamente ao IMI, ficou escrito que ele se manteria num valor socialmente aceitável. Foi isso mesmo que argumentou o anterior Presidente para o baixar no ano passado, o mesmo argumento que Alexandre Almeida poderia ter utilizado, se tivesse essa vontade, para cumprir a sua promessa eleitoral.

Resumindo: em menos de dois meses, Alexandre Almeida faltou à sua promessa de pagar os manuais escolares por inteiro aos alunos do concelho e à promessa de baixar o IMI. Isto para não falar na promessa de pagar os medicamentos a toda a população com mais de 65 anos de idade, da qual não fala sequer. De onde se conclui que, em vez de ter chamado ao próximo orçamento municipal “Orçamento da Má Herança”, talvez fosse mais correcto ter-lhe chamado “Orçamento da Incapacidade de Gerir”.

Desejo a todos um Santo e Feliz Natal e que o Menino-Deus nos traga um 2018 de saúde, emprego e paz. Feliz Natal!