A descrição do que aconteceu nesta Noite de Natal não podia ser mais simples: «encontrareis um menino envolto em panos e reclinado numa manjedoura” (Lc 2, 12).
Este é o sinal de sempre para encontrarmos Jesus. Não só há dois mil anos, mas também agora.
Se desejamos festejar de verdade o Natal – nascimento de Jesus Cristo – contemplemos este sinal evidente no presépio: a simplicidade de um recém-nascido; a mansidão de estar reclinado numa manjedoura; a ternura de Maria que envolve o Menino nuns simples paninhos.
Ali, naquela gruta, está verdadeiramente Deus, que Se fez homem para nos salvar. E para chegar até ao Menino, como nos diz o Papa Francisco, é necessário que cada um de nós saiba inclinar-se, abaixar-se e fazer-se pequeno.
Jesus, recém-nascido, interpela-nos.
Interpela-nos, em primeiro lugar, a deixarmos o efémero da vida para podermos chegar ao que é essencial: Deus ama-nos e não podemos ficar indiferentes a esse amor, nem deixar de o comunicar à nossa volta. Sem oração pessoal, não captamos esta interpelação.
Interpela-nos a renunciar a pretensões vãs e a pautar a nossa vida pela única coisa que vale a pena: cumprir a missão que Deus nos confiou ao trazer-nos a este mundo. Sem exame de consciência, arrependimento e contrição não captamos esta interpelação nem corrigimos nada no rumo da nossa vida.
Interpela-nos, por fim, a olhar à nossa volta e observar que muitas almas se perdem porque não têm ninguém que as ajude. Sem decisão de olhar para a evangelização como algo que nos compete, não captamos esta interpelação nem sentimos o bendito peso das almas, que foi o motivo pelo qual Deus veio a este mundo.
Com Maria e José, contemplemos o Menino Jesus na manjedoura e saibamos dizer-lhe de verdade: obrigado, Jesus, por teres vindo à Terra para nos salvar! Queremos deixar-nos interpelar por Ti!