O único Chega de que Portugal precisa é o “chega de hipocrisias”.
Chega de homofobia, chega de xenofobismo, chega de desumanidade, intolerância e conformismo. Os últimos dias têm sido particularmente desmotivadores e até deprimentes. As opiniões, as ações e omissões que vemos por parte de muitas pessoas fazem-me pensar naquilo que somos e queremos continuar a ser enquanto País e comunidade de pessoas e Homens livres.
Por um lado, o caso Marega é um sinal indelével de que ainda há pessoas e entes coletivos que não percebem nem compreendem o quão destrutivo são os comportamentos xenófobos para um país. Portugal é um país que deve integrar e crescer com todos. A nossa origem, a nossa História é de integração e está muito longe dos “loiros de olhos azuis” que por aí uns vislumbram.
Do outro, toda este debate em torno da eutanásia, que quase parece ser um caso para abafar as verdadeiras questões que nos deveriam preocupar neste momento: orçamento de estado, crescimento económico, direitos sociais…
Como país, temos de começar a ter noção de que temos de ter um fio condutor: onde queremos estar, o que queremos ser no futuro, o que nos distinguirá dos demais.
Portugal não precisa de um Chega, enquanto partido político populista que apenas alberga pessoas desesperadas por atenção, que dizem o que for preciso para se manterem à tona e ativas na sua mensagem ingénua, ineficaz e impotente. Sim, o Chega é o partido dos impotentes, daqueles que dizem querer mudar o sistema mas que apenas querem chegar a ele e a todo o custo.
Chega de hipocrisias… Se querem mudar o sistema, mudem-se a vocês próprios, ajudem a mudar a sociedade e a torná-la mais humanista, harmoniosa e salutar para todos. Deixem de dizer chega aos nossos sonhos!