«Ensinar os alunos a pensar é ligeiramente diferente de ensiná-los a procurar uma resposta recorrendo à “sabedoria acumulada” pelo Tio Google».
Quem o diz é o Professor Damodaran da Universidade de Nova York.
Ele fala a partir da sua vasta experiência como professor. É necessário ensinar os alunos a desmontar os problemas, para ser mais fácil dar-lhes uma solução, e não reduzir a aprendizagem à capacidade de consultar a internet de um modo mais ou menos eficaz.
Damodaran cunhou uma expressão para significar a facilidade com que hoje se encontram soluções diante de qualquer desafio que a inteligência nos apresente: a “Maldição Google”. Em virtude dessa “praga”, o aluno, em vez de raciocinar por si mesmo procurando a resposta, acede ao motor de busca e encontra milhares de respostas que outros deram a essa mesma pergunta. Algumas verdadeiras, outras falsas e muitas profundamente simplistas.
É um fenómeno tremendamente destrutivo, entre outros motivos, porque implica que as pessoas deixam de pensar por si mesmas.
Parece muito óbvio recordar que o modo como se aprende a resolver um problema não é lendo a resposta, mas pensando sobre ele e procurando a solução.
Se deixamos que outros nos deem essa solução, até pode ser que ela seja correcta, mas nós deixamos de aprender a solucionar problemas. E isso não é uma perda insignificante!
As respostas aos problemas não caem do céu. Vêm por meio de um processo. O aluno, se na verdade quer aprender, tem de se questionar sobre os processos através dos quais se chega a uma solução.
Isso é algo que exige tempo, energia e esforço.
E Damodaran deixa um conselho aos professores: «Ensinar é 95% de preparação e 5% de inspiração. Para que uma aula corra bem, tens de te preparar para a dar. A preparação é parte fundamental do ensino. Não podes ver a preparação como o trabalho sujo que deves fazer para depois poderes deslumbrar e divertir os alunos na sala de aula».