Esta pandemia está a ensinar-nos muito em várias dimensões da nossa vida. Quero partilhar convosco algumas das conclusões a que cheguei nos últimos dias e que nos devem fazer pensar:
- O poder local é aquele que mais apto está para lidar de perto com situações de catástrofe e numa primeira fase. Os próximos tempos deveriam levar-nos a incrementar a formação, preparação, meios e financiamento das autarquias locais para acorrer a este tipo de eventos. Descentralizar é palavra de ordem neste âmbito;
- A grande maioria dos autarcas da nossa região está bem preparada e assumiu claramente as tarefas que lhes estão acometidas. O que não significa que não existam pessoas que ainda utilizam o populismo, o pânico e a bazófia como formas de tentarem colher dividendos para as próximas eleições;
- Muitas famílias não perceberam a última crise e, nos últimos anos, “embandeiraram em arco”. É bom que, de uma vez por todas, todos compreendam a importância de poupar e passem aos seus filhos conceitos de cultura financeira que são fundamentais em momentos como este que vivemos;
- Uma empresa que não tem maneio suficiente para aguentar, ainda que com a aplicação de medidas (lay-off, suspensão, diferimento no pagamento de impostos e contribuições, etc), um período de 2 a 5 meses de paragem total, é uma empresa cujo escopo é questionável e onde se deverão repensar, não apenas a gestão, mas também as prioridades;
- É muito difícil a um trabalhador que recebe o RMNG sobreviver em Portugal e com o atual estado das coisas. Viver nas grandes cidades é mesmo impossível. É um esforço do País que tem de continuar pouco a pouco mas deve esperar-se das pessoas que auferem tão baixo rendimento, um pouco mais de trabalho e dedicação que lhes permitam complementar esse rendimento, até para terem poupanças que lhes permitam enfrentar as crises económicas e sociais;
- Nos próximos tempos, quem tem uma horta ou um pequeno terreno que possa cultivar será um abençoado! O preço dos produtos hortícolas frescos vai sofrer um aumento pela certa…