Ao fim de três décadas de atendimento num pré-fabricado, a construção da Unidade de Saúde de Campo deu hoje um passo fundamental com o lançamento da primeira pedra, numa cerimónia que contou com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo. Este era uma reivindicação antiga da população e dos executivos camarários. A nova unidade de saúde deverá estar concluída no final de 2017.
Num investimento de 1,2 milhões de euros, a construção de raiz da Unidade de Saúde do Campo visa a instalação da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) do Campo em substituição das actuais instalações que funcionam num pré-fabricado (que não reúne os requisitos mínimos legais e regulamentares para prestação de cuidados de saúde) e visa melhorar as condições físicas e funcionais para os utentes e profissionais proporcionando melhor acesso, mais qualidade e humanização dos cuidados de saúde primários e as condições de gestão para uma resposta às necessidades mais racional e eficiente.
As novas instalações terão um edifício que foi projectado num piso e é constituído por um módulo de saúde familiar (com 6 gabinetes médicos, 2 gabinetes de enfermagem, 2 salas de tratamento, uma sala de aerossóis), uma sala de saúde materna e uma sala de saúde infantil bem como todas as áreas de apoio necessárias e inerentes ao funcionamento destes módulos. A União de Freguesias Campo/Sobrado cedeu o terreno, com uma área de 2.500 metros quadrados , para a construção deste edifício em regime de direito de superfície, por 30 anos, renováveis, tendo o projecto de execução sido elaborado pela ARS Norte, já em 2011.
“Foco da saúde deve estar nas pessoas”
Tal como explicou Fernando Araújo, secretário de Estado Adjunto e da Saúde, o investimento de 1,2 milhões a fazer na construção das novas instalaçãoes “é simbólico”, até porque passou por quatro governos e servirá 10 mil utentes da freguesia de Campo e do concelho de Valongo. O governante não esqueceu a importância da cedência do terreno que permitirá a construção do equipamento, sublinhando que o “foco da saúde deve estar nas pessoas”. Fernando Araújo aproveitou ainda para destacar as políticas de saúde encetadas que “revigoraram o Serviço Nacional de Saúde”, acrescentando que “62 por cento das medidas previstas estão em execução”, exemplificando com a redução das taxas moderadoras, o aumento do número de isentos, a jornada de 35 horas semanais, a redução dos custos dos medicamentos para os utentes, entre outros.
“Há ainda muito trabalho por fazer”
O presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, congratulou-se com o arranque da obra, cujo primeiro protocolo para a sua construção remonta já há oito anos. “O governo está a cumprir o compromisso”, disse, sublinhando que a par do lado positivo há que destacar o “muito trabalho que há ainda por fazer”. Neste sentido, José Manuel Ribeiro reivindicou a construção também do novo Centro de Saúde de Alfena, mas também a abertura de um Serviço de Atendimento de Situações Urgentes (SASU) ou a reabertura do Serviço de Urgência Básica no Hospital de Valongo. A este propósito, José Manuel Ribeiro lembrou o secretário de Estado que as urgências do Hospital de Valongo encerraram tendo como um dos argumentos a instalação de um centro de hemodiálise e que “até agora nada aconteceu”. Finalmente, o autarca sensibilizou o governante para a importância de Valongo deixar de integrar o Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Maia/Valobngo, que na sua opinião não é desejado nem em Valongo nem na Maia, até porque a rede de transportes no concelho não está pensada para levar pessoas para a Maia, mas sim para o Porto. “É altura de pensar em voltr a ter o ACES de Valongo”, disse. Para o presidente da Junta de Freguesia de Campo e Sobrado, Alfredo Sousa, o lançamento da primeira pedra “é um orgulho porque dá-se início a uma obra muito importante para a comunidade de Campo”. O autarca lembrou, porém, que existem muitos utentes sem médico de família, pedindo atenção para esta necessidade.