Há determinado tipo de situações nas nossas vidas, que o tempo apesar de ser bom julgador, por vezes demora na feitura desse julgamento.
Contudo, há certos casos que era melhor, a bem das nossas comunidades não se ter razão…
Sou, fui e serei apologista que devemos dar enfoque ao que de melhor têm os nossos concelhos, enaltecendo as boas realizações que são desenvolvidas, que apesar de serem concebidas e idealizadas por alguns, servem evidentemente todos sem excepção.
São património colectivo que convém respeitar e potenciar ao máximo.
Nesta senda, gostava de enaltecer o sucesso que foi a Festa do Caldo de Quintandona, uma realização gizada há alguns anos, que conseguiu atingir um patamar de excelência que a todos os Penafidelenses enche de orgulho.
É da mais elementar justiça, realçar e felicitar os mentores deste evento, e acima de tudo as centenas de pessoas e colaboradores que, ano após ano dão corpo e alma a esta grande efeméride, que leva o nome de Lagares e de Penafiel a todos os cantos do nosso Portugal e não só.
Parabéns a tod@s!!
Por outro lado, e num registo menos positivo e que esperamos a bem de Penafiel seja ultrapassado, foi divulgado recentemente um relatório do Conselho de Finanças Públicas que colocou Penafiel como o segundo município do país com maior volume de pagamentos em atraso no final do primeiro semestre de 2018.
Estes dados divulgados recentemente atestam da mesma forma que o “stock de pagamentos em atraso tem vindo a aumentar desde o início do ano (em cerca de 11 milhões de euros) ”, sendo que “a maior variação ocorreu no município de Penafiel com um aumento de quase cinco milhões de euros desde o início do ano”. Os pagamentos em atraso (a mais de 90 dias) rondavam em Junho os 16,6 milhões de euros.
Ora, sem querer ser o progenitor desta referência, a verdade nua e crua é que ando a falar nisto há anos, conforme qualquer penafidelense pode comprovar em diversos registos oficiais e na imprensa regional.
Não me canso de dizer, que não fossem estes mecanismos, ainda que legais, mas politica e eticamente censuráveis permitidos, e fosse o campo de batalha igual, e aí os resultados eleitorais seriam claramente diferentes.
Isto porque, quando se luta com armas iguais, tal como num jogo do desporto rei, a disputa é sempre “taco a taco”, sendo não raras vezes os “lances individuais” e algumas “tiradas de génios” que decidem esses “encontros”.
Por outro lado, quando as armas são desiguais, aí não basta a boa vontade, nem a luta e o querer, que apesar de importantes e ajudarem, não são suficientes para fazer a diferença.
Com a responsabilidade que caracteriza o exercício da oposição que temos vindo a fazer e faremos na Câmara Municipal, os vereadores apresentaram uma proposta (chumbada) pela coligação, no sentido de a nossa autarquia começar a pagar aos fornecedores a 30 dias, indo gradualmente diminuindo esse prazo até que a “folga financeira” permitisse pagar, como muitas autarquias do país o fazem, a pronto pagamento.
Apresentamos esta proposta há mais de um ano e meio, sem receios de qualquer oportunismo e/ou aproveitamento eleitoral.
Modéstia à parte, uma proposta séria, exequível e responsável dos vereadores sem funções executivas.
Estes 30 dias são prazos igualmente credíveis, exequíveis e sérios, conforme oportunamente apresentamos em sede própria, na reunião ordinária do executivo municipal.
Com este diagnóstico deve-se pensar e apresentar alternativas concretas.
Nesta importante e delicada matéria, o xadrez político deve ser jogado do meu ponto de vista, sabendo-se estas cambiantes:
Em primeiro lugar, ninguém de boa-fé pode olvidar que a dívida resulta grosso modo, de obra realizada, que está no terreno, e que aqueles que andaram a calcorrear as “calçadas e caminhos” do concelho viram-na um pouco por todo o lado, mormente no ano eleitoral (2017).
Desmentir isto não é sério sendo que ninguém o fez até à data.
Em segundo lugar, e com a mesma seriedade, sabendo à partida que esta “infeliz “realidade se deve também a algum “delay” no que à comparticipação do pagamento dos fundos comunitários diz respeito, bem como ao facto de Penafiel não ter recorrido ao FAM (Fundo de Apoio Municipal) como muitos municípios do país fizeram, a oposição não votou contra as contas apresentadas pelo executivo em abril deste ano, tendo optado e bem, pela abstenção.
Uma atitude que reputo de grande responsabilidade e de dimensão politica, que permite hoje falar deste tema com propriedade, demonstrando fundadas preocupações, com um respaldo passado de propostas e sérios avisos atempadamente feitos nos órgãos municipais.