As contas consolidadas de 2019 da Câmara de Paços de Ferreira foram aprovadas com os votos contra do PSD e os votos a favor da bancada socialista e dos presidentes de junta.
Os documentos foram, ontem, analisados em Assembleia Municipal Extraordinária com Marques Pereira, do PSD, a salientar alguns dos aspectos referidos no parecer do revisor oficial de contas.
Desde logo, apontou, o documento foi assinado a 24 de Julho quando as contas foram antes aprovadas em reunião de câmara, no dia 23. Depois o facto de não estar feita a inventariação de património da câmara e ainda os enfases que mostram 42 milhões de euros de dívida e mais de 8,3 milhões de euros de excesso de endividamento, entre outros.
Hugo Lopes, eleitos pelo PS, acusou-o de “lançar fumo para obscurecer a realidade”. “Se formos objectivos com as reservas do auditor, derivam todas da actividade do PSD no passado”, criticou.
Miguel Martins (PSD) desafiou-o então a rebater o que foi dito “ponto por ponto”. “São dados objectivos os que levantamos”, frisou. “Eu não disse que isso não está no parecer. Tanto não nego que na última assembleia fui eu que falei de tudo isso”, respondeu Hugo Lopes.
Paulo Ferreira, presidente da câmara em exercício, explicou desde logo que o revisor oficial de contas só pode emitir o parecer depois de as contas serem aprovadas em reunião de câmara, ou seja, a discrepância de datas decorre da lei. “Não nos podem acusar de falta de transparência quanto às contas”, sustentou, lembrando a herança pesada deixada pelo PSD.
O vereador responsável pela parte financeira, Joaquim Sousa, não deixou de realçar que o debate das contas já tinha sido feito e que a aprovação das contas consolidadas é uma questão legal. “Tudo o que aqui disseram já foi esclarecido”, alegou.
Garantiu, no entanto, que todas as reservas do documento “são do tempo do PSD” e que “não é possível validar o património porque há 50 mil bens para inventariar”. “É um trabalho gigantesco, que não vai ficar barato e que requer tempo”, concretizou.
Quanto ao excesso de endividamento recordou que quando o executivo socialista chegou à Câmara era 32 milhões de euros, sendo agora de oito milhões de euros.
“As contas têm uma evolução positiva e temos muito orgulho destas contas”, concluiu.