Deus criou o homem para que ele seja feliz. Feliz aqui na Terra e feliz depois na Vida eterna.
No entanto, como alguém disse, «parece que a maioria dos homens que passam por este mundo nasce, cresce, casa-se, tem filhos, envelhece e morre sem nunca encontrar a verdadeira felicidade».
Porque é que isto é assim?
A fé diz-nos claramente que o único inimigo verdadeiro da felicidade é o pecado. Além disso, diz-nos também que herdamos dos nossos primeiros pais uma natureza humana que está inclinada para o mal devido ao pecado das origens.
Não somos maus – mas estamos misteriosamente inclinados para o mal. E a reposta mais humana para esta realidade palpável é a doutrina católica sobre o pecado original.
O problema é que, hoje em dia, perdeu-se a noção do que significa a palavra “pecado”.
Alguns pensam que é um simples “tabu” inventado com o fim de que nos portemos bem. Outros pensam, erradamente, que Deus não deseja a nossa felicidade nesta Terra. Somente depois na Vida eterna. Por isso, resolveu decretar que é pecado tudo aquilo que gostamos de fazer. Só para nos aborrecer!
Em grego, língua original do Novo Testamento, pecado diz-se “hamartia” que significa, entre outras coisas, “falhar na meta” ou “não acertar no alvo”. Não compreenderemos bem a realidade do pecado enquanto não soubermos detectar o desejo de felicidade insatisfeito que o gera.
A nossa verdadeira felicidade encontra-se somente em Deus. Se não enchemos o nosso coração de amor a Ele e ao próximo por Ele, o coração vai procurar encher-se de coisas que não são capazes de o saciar.
Isso é a essência do pecado: procurar a felicidade onde ela não está.
Podemos encontrar no pecado uma “felicidade passageira”, efémera. No entanto, logo a seguir, vem a amargura de não termos acertado no alvo para o qual fomos criados.