Foto: DR/Junta de Freamunde

Ao fim de 40 anos ao serviço dos Bombeiros Voluntários de Freamunde, Mendonça Pinto iniciou agora funções como presidente desta estrutura e com vários projectos para os próximos três anos de mandato.

Criar uma unidade de formação é um dos principais objectivos, como revelou ao Verdadeiro Olhar o novo presidente, justificando que esta é uma área de “extrema importância”, porque estas estruturas têm que adquirir cada vez mais conhecimentos, de forma a conseguirem “servir cada vez mais e melhor” as populações.

Um outro projecto passa pela “construção de algumas valências” que, aquando a ampliação do quartel, “ficaram para trás, como sejam “uma oficina, arrecadações, um espaço para lavar as viaturas”, entre outras.

É obvio que estas ideias implicam “verbas avultadas”, mas para conseguir levar este “barco a bom porto”, como fez questão de referir, Mendonça Pinto sabe que pode contar com os apoios “da Câmara Municipal, que até já se mostrou disponível”, assim como dos “industriais da zona e sociedade civil”.

Nova direcção dos Bombeiros Voluntários de Freamunde

Sobre este trabalho na presidência dos bombeiros, Mendonça Pinto sorri, porque sabe que conhece os bombeiros “por dentro e por fora”. Aliás, durante mais de 30 anos foi comandante da corporação, tendo ainda feito parte da direcção. No terreno ou dentro das quatro paredes do quartel, o presidente agora eleito tem uma longa história de dedicação ao serviço dos bombeiros de Freamunde.

Por isso, confessa, que não precisou de “nenhuma preparação para exercer este cargo” que lhe corre nas veias. Aliás, quando aceitou este desafio foi com o intuito também de preparar, quem sabe, futuros dirigentes.

Mendonça Pinto tem 70 anos e nasceu em Felgueiras, mas foi em Lousada que viveu toda a infância e juventude, com os pais e os quatro irmãos. Viviam no centro da vila, junto ao quartel dos bombeiros daquela cidade. Talvez tenha sido nessa altura que nasceu este ‘amor’ que se prolongou por toda a vida, transformando-se em trabalho e dedicação de décadas.

Quando olha para trás, lembra que as corporações “eram bem diferentes daquilo que são hoje”. Os bombeiros “vestiam um fato de macaco e iam acorrer a incêndios”. Actualmente, é tudo bem diferente. “Existem outras condições, há fatos diferentes para fogos urbanos e florestais”, assim como um conjunto de outros equipamentos como “capacetes, botas, enfim, muitas coisas que são necessárias para se fazer um trabalho em condições”. Mas para tudo isto “é preciso dinheiro, porque um investimento desta envergadura acarreta também muitas despesas”.

Mas Mendonça Pinto é um optimista e crê nas “entidades que ajudam e vão continuar a apoiar” a corporação, de forma a “trabalharmos e conseguirmos fazer a nossa parte”.

Saudades de outros tempos, em que o trabalho era bem mais simplificado, o dirigente diz não ter, apenas desejava voltar atrás “para ser mais novo”, ironizou. Tirando isso, é um homem feliz, porque faz o que gosta e adora trabalhar nos bombeiros, ajudando, assim, “as populações”.

E se a maioria destas instituições se queixam da falta de gente nova para integrar os corpos activos, os voluntários de Freamunde não têm esse problema. “Tem aparecido muita juventude e temos mais de uma centena de bombeiros” a operarem. Por isso, urge criar um espaço para a formação, porque sem ela o trabalho fica comprometido, destacou o presidente.

Mendonça Pinto é um homem agradecido à vida e ao seu trabalho em prol dos outros. Diz-se agradecido por ter contribuído e continuar neste caminho. Por isso, diz-se “motivado e cheio de força”, um sentimento que é transversal a toda a equipa que o rodeia, que tem “muita esperança no futuro”, porque, daqui a três anos, todos acreditam que os sonhos vão-se transformar em projectos concretizados.